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Últimos dias do ano passado. Com boa parte da cidade que governa debaixo d’água, e sem ter explicações plausíveis para dar aos moradores, o prefeito mauaense Marcelo Oliveira (PT) resolveu transferir a culpa. Atribuiu os alagamentos na área central ao governo do Estado, que teria ignorado seus apelos pela limpeza do piscinão que fica próximo ao Paço. Um mês depois, todavia, documentos oficiais do Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica), responsável pela manutenção do reservatório, vêm a público para desmascarar o petista. A causa da enchente não poderia ser aquela cogitada pelo político, pois a limpeza do local fora feita em 17 de dezembro de 2021.
Enchentes são problemas urbanos complexos. Geralmente, possuem causas múltiplas. Atribuí-las a uma ou outra razão, pontual, apenas expõe a falta de conhecimento sobre o fenômeno, algo condenável em qualquer pessoa, mas especialmente quando vinda de um prefeito. Marcelo Oliveira – que, aliás, optou por ficar em seu gabinete enquanto os cidadãos limpavam a sujeira deixada em suas residências e automóveis pelo aguaceiro – precisa aprender quais são as atribuições do cargo que ocupa antes de tentar empurrar suas obrigações para terceiros.
Se, em vez de culpar o Estado, ele tivesse utilizado a oportunidade para convocar seus secretários e cobrar soluções, talvez Mauá não voltasse a sofrer com as enchentes no próximo verão. Mas o chefe do Executivo se decidiu pelo caminho mais prático e fácil.
Na época, cobrado pela população, Marcelo Oliveira procurou todos os meios disponíveis para denunciar a suposta omissão do governo de João Doria (PSDB) com Mauá. Além de emitir nota oficial, o prefeito foi até as redes sociais reclamar do Estado. Seu vídeo com críticas ainda pode ser visto no Facebook. Decorrido um mês, com a verdade restabelecida, o petista adotou postura totalmente diferente. Ele, por exemplo, decidiu não responder aos questionamentos deste Diário. Como se o silêncio pudesse apagar sua responsabilidade no lamentável episódio das enchentes.
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