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Comunidade em Mauá convive com entulho na rua

Apesar do recolhimento do lixo pela Prefeitura, acúmulo retorna devido à ação de moradores

Arthur Gandini
Do Diário do Grande ABC
14/12/2021 | 00:01
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Celso Luiz/ DGABC


É comum que as pessoas que transitam pela Rua Eucalipto, na comunidade Jardim Oratório, em Mauá, possam presenciar montanha de entulho no local. O serviço de limpeza da Prefeitura, segundo relato de moradores do bairro, costuma desfazer todo o acúmulo de lixo e levar o material embora. Contudo, logo em seguida, geralmente uma nova montanha é formada. São abandonados móveis na calçada, a exemplo de sofás. “Toda semana tem entulho. Passa a caçamba e leva”, conta o caldeireiro Josimar Ferreira, 37 anos.

Ratos e baratas se proliferam no entorno do entulho. As pragas costumam entrar em residências, como é o caso da realidade vivida pela auxiliar de limpeza Maria Inês, 61. “Não aguento mais de tanto rato e barata. Meu filho teve que mandar arrumar (higienizar) o fogão duas vezes”, reclama.

Maria afirma que presencia o serviço de limpeza recolher o entulho a cada 15 dias. A situação seria ocasionada por moradores que oferecem dinheiro a usuários de drogas para recolher o lixo de suas residências e despejar no local. Já o líder encanador Assis de Castro, 65, afirma que pessoas em situação de rua recebem dinheiro para fazer o trabalho. “Esse lixo é uma vergonha. É constante. (Funcionários de limpeza) Tiram cedo e, à tarde, (as pessoas) já jogam (o entulho novamente)”, relata.

Moradores, incomodados com a situação, pintaram as frases “Limpo fica bonito” e “Lixo só no dia (da coleta)” no muro da calçada onde fica o entulho. Também há uma placa da Prefeitura no local com a informação de que é proibido jogar lixo. O aviso cita o artigo 5º, inciso IV, da lei municipal 2.260/89, que prevê a aplicação de multa para quem cometer a infração.

O Diário questionou a Prefeitura de Mauá com qual frequência é realizada a varrição e a coleta de lixo na via. Devido ao problema ser recorrente, também indagou a administração se são realizadas ações de fiscalização e de consciência ambiental no bairro. Em nota, a Prefeitura apenas esclareceu que “a Secretaria de Serviços Urbanos realiza a coleta de lixo na região três vezes por semana. A fiscalização é realizada mediante a chegada de denúncias. O canal oficial para informar o descarte irregular é o 156.”




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