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Secretário admite falha de atendimento em Sto.André
Ana Macchi
Da Redaçao
14/10/2000 | 18:33
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O secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, reconheceu que houve falha no atendimento à dona de casa Aparecida Paulo Lima, 55 anos, que foi mordida por um cachorro de rua na tarde de quinta-feira no bairro Campestre, em Santo André. Segundo ele, a equipe do Hospital Municipal que atendeu Aparecida estava mal-informada e nao sabia que a dona de casa poderia receber a vacina anti-rábica no Pronto-Socorro de Utinga (Bangu), que estava de plantao na sexta-feira.

Aparecida foi tomar a primeira dose da vacina na madrugada deste sábado. O medicamento teve de vir do Instituto Pasteur, de Sao Paulo. Os próprios funcionários do HM mandaram buscar a vacina na capital. Os postos de saúde da cidade onde a vacina poderia ser aplicada indicados pelos funcionários do hospital à dona de casa estavam fechados.

Por causa do incidente, o secretário de Saúde disse que irá averiguar junto à equipe de plantao o processo de atendimento realizado no hospital. "Possivelmente a equipe estava mal-informada e, por isso, os equívocos se sucederam." O secretário disse ainda que o médico que atendeu a mulher prestou informaçao errada com relaçao ao prazo do tratamento. "Houve uma má orientaçao. Diferentemente do que o médico do hospital informou, pode-se esperar até 10 dias para iniciar o tratamento (o médico disse que o tratamento deveria começar em 72 horas, segundo Aparecida). Se ela preferisse, poderia ainda receber a vacina na segunda-feira, no Centro de Controle de Zoonoses."

A peregrinaçao de Aparecida começou um dia depois de ela ter sido mordida. Na sexta-feira, seguindo orientaçao do médico plantonista do HM, ela foi ao Centro de Controle de Zoonoses e ainda percorreu uma lista de seis postos de saúde, todos fechados.

Como nao encontrou soluçao em Santo André, procurou assistência em dois postos de saúde, em Sao Bernardo e em Sao Caetano. Eles também nao tinham o medicamento.

O irmao de Aparecida, Miguel Arcanjo de Paulo, disse que a irma estava com dor e com medo de ter contraído o vírus da raiva. Por esse motivo, ele resolveu voltar ao HM no mesmo dia à noite. Diante da insistência, uma funcionária do hospital deslocou um carro para buscar a vacina no Instituto Pasteur. "Mas nao tinha gasolina e ela acionou a Defesa Civil para ir até Sao Paulo", contou Paulo.

Em protesto pelo confuso atendimento prestado à sua irma, Paulo saiu ontem por Santo André com um carro de som, perguntando pelas vacinas anti-rábicas do município.




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