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Boas novas no cenário indie
16/01/2008 | 07:12
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As bandas mais interessantes lançando álbuns novos este ano são gaúchas. Fantomaticos, Apanhador Só, Wonkavision e Superguidis, todas de Porto Alegre, estão no topo desse ranking. Mas tem mais chegando de tudo quanto é rincão.

Do Acre, afirma-se na cena do eixão Rio-São Paulo a notável banda Los Porongas; Curitiba, sempre pródiga em garotos que fazem sons esquisitos, revela os novatos do Goya e do Sopa, entre outros; do Ceará, já notabilizado em clubes paulistanos, agiganta-se o Montage, primeira banda de electro do Nordeste.

O ano de 2008 será do rock independente no Brasil, uma das melhores safras de todas. Isso se explica por diversos motivos. O primeiro deles, curiosamente, vêm da ação do poder público.

Em outubro passado, o Ministério da Cultura e a Petrobras divulgaram os projetos vencedores do 1º Edital Petrobras de Festivais de Música 2007. Foram escolhidos 24 festivais para receber entre R$ 60 mil e R$ 200 mil (no total, R$ 2,5 milhões). Some-se a isso a chegada do MySpace Brasil, que já abriga páginas de bandas de todos os cantos do País.

Um dado bacana é que os novos guerreiros do pop rock demonstram uma consciência mais ampla e desopilada do seu papel no universo musical. “Que ninguém mais fique esperando por um diretor artístico que o ‘descubra’, que o contrate a peso de ouro, que lhe dê um carro e um apartamento no Leblon para que grave um disco. Não vai acontecer. Agora, é preciso fazer música porque se ama a música, e não para virar um pop star”, afirmou Diogo Soares, vocalista da banda Los Porongas, um dos melhores novos atos da cena brasileira, durante debate na Associação Cultural Cidadão do Mundo, em São Caetano, em dezembro.

Augusto Stern, vocalista do grupo gaúcho Fantomaticos, também não se deslumbra. “As facilidades que temos, como a internet, o mp3 e o homestudio, ajudam a formar novos músicos, muitos deles, mas o que faz uma banda se destacar continua sendo o que sempre foi, a tecnologia é apenas um meio. Uma banda realmente boa vai acabar dando certo, esteja o cenário bom ou ruim”, afirma. O grupo lança nos próximos dias, pela Pisces Records, de São Paulo, seu primeiro CD, Fantomaticos no Bosque.

Criaturas estranhas psicodélicas aparecem todo dia no novo cenário. Como as bandas Sopa e Goya, de Curitiba. O quinteto Sopa usa instrumentos como xilofone e gaita de boca, e o resultado é altamente experimental e psicodélico. Já o Goya busca referências em um mundo sonoro sofisticado e viajante, como a música de Frank Zappa, Miles Davis e King Crimson.

Emergindo já como bandas grandes (dentro da nova perspectiva indie), estão grupos como o Wonkavision e o Vanguart, de Mato Grosso. O powerpop dos gaúchos do Wonkavision chega a 2008 com um disco produzido por John Ulhoa, do Pato Fu.

Já o Vanguart está mais do que reconhecido e aclimatado – trocaram Cuiabá por São Paulo recentemente. Boa guitar band que, em vez de se mirar no mesmo espelho de seus contemporâneos, leia-se dos Strokes, foi atrás do folk e altcountry de grupos como Wilco, sem descuidar das referências regionais.



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