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Livro lançado no mês das bruxas tem Paranapiacaba como cenário de um dos 14 contos de terror

Autor andreense apresenta o Brasil como um grande laboratório de monstros e prova que o terror está no meio de nós

Da Redação
Do Diário do Grande ABC
20/10/2021 | 16:35
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Divulgação/Edu Guimarães


No livro “O Diabo existe e outros contos”, com lançamento marcado para o próximo dia 21, o autor estreante de Santo André, Adilson Matos, lança mão de figuras e situações típicas do cinema e da literatura de terror para tratar da onda de ódio e violência que assolou o Brasil nos últimos anos. A live para debater a obra será transmitida às 20h pelo canal da editora Clóe no Youtube: clique aqui

O autor deu seus primeiros passos no mundo da literatura em oficinas ministradas na Casa da Palavra, em Santo André, mas foi na unidade do Sesc, na mesma cidade, que o livro nasceu. Ministrado pelos escritores Frederico Barbosa e Reynaldo Damazio, o curso levou os alunos a Paranapiacaba com o intuito de criar textos a partir das histórias e da atmosfera local. O resultado foi o conto “Túnel dos Mortos”, que usa a lenda de um grupo de escravos mortos no lugar para tratar da espetacularização da mídia e a exploração da tragédia humana por programas policiais.

“O cineasta Rogério Sganzerla dizia que o horror não está no horror. Era um outro contexto, claro, mas me lembrei dessa frase quando vi a notícia de uma mulher com problemas mentais que havia sido agredida por populares após uma página na internet acusá-la de bruxaria. O livro nasceu aí, ainda que a escrita, propriamente, tenha começado bem depois”, conta o autor.

No mês de celebração do Halloween, festa que vem ganhando a cada ano mais espaço no Brasil, o autor lembra que o brasileiro tem seus próprios monstros, atuais e ressurgidos. Todos eles estão por aí, fantasiados ou não, sem medo de serem reconhecidos, ocupando diferentes esferas do poder.

“É como se o Brasil fosse um grande laboratório de monstros, fantasmas e afins de mundo com seus assombros que ecoam do passado colonial para hoje, a violência estrutural e a brutalização das relações sob os signos do medo, da morte e da destruição”, diz o texto de apresentação assinado pelo jornalista, diretor e roteirista, mestre em Meios em Processos Audiovisuais pela USP, Francis Vogner dos Reis.

“O Diabo existe” faz também uso do humor, como no conto O Invasor, divertida homenagem à obra de Marçal Aquino. Como material extra, um conto “censurado” vem encartado em envelope de papel pardo e carimbado pelo “Dops”.




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