Pasta argumenta que imunizante do Butantan não tem registro definitivo e tem baixa
eficácia em idosos acima de 80 anos
O Ministério da Saúde excluiu a Coronavac do planejamento da vacinação contra o coronavírus em 2022. A decisão consta em resposta da pasta à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid. De acordo com o documento, a argumentação está baseada na falta da aprovação definitiva do imunizante na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a “baixa efetividade entre idosos acima de 80 anos”.
A resposta foi dada por Danilo de Souza Vasconcelos, diretor de Programa da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid, e Rosana Leite de Melo, secretária do mesmo setor. “Até o presente momento a autorização (da Coronavac) é temporária de uso emergencial, que foi concedida para minimizar, da forma mais rápida possível, os impactos da doença no território nacional”, justificou a pasta para a CPI. “Além do fato de estudos demonstrarem a baixa efetividade do imunizante em população acima de 80 anos; discussões na Câmara Técnica que não indicaram tal imunizante como dose de reforço ou adicional, assim, no atual momento, só teria indicação como esquema vacinal primário em indivíduos acima de 18 anos. Há estudos em andamento que sinalizam que mesmo usando em esquema vacinal primário há que se considerar uma terceira dose”, acrescentaram os servidores.
No Brasil, apenas os imunizantes da norte-americana Pfizer e da Astrazeneca, que é desenvolvida no País pela Fiocruz, obtiveram o registro definitivo. Tanto a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac, quanto a Janssen, da Johnson & Johnson, têm apenas o registro emergencial.
Sobre a eficácia do fármaco, o presidente do Butantan voltou a afirmar que a vacina é segura e eficientes contra a Covid-19. “Coronavac é a vacina mais produzida no mundo. São cerca de 2 bilhões de doses fabricadas até a semana passada. O imunizante é o mais seguro entre todas que estão sendo utilizadas para indivíduos adultos, crianças e adolescentes”, garantiu.
A segurança do Butantan está baseada em estudo realizado na cidade de Serrana, no Interior, no qual a população foi totalmente imunizada com a Coronavac por meio do estudo de efetividade Projeto S, o que fez os casos sintomáticos de Covid despencarem 80%, as internações, 86%, e as mortes, 95%. Outra pesquisa realizada com 60,5 milhões de brasileiros vacinados entre janeiro e junho de 2021, mostrou que a Coronavac tem efetividade superior a 70% para casos graves.
Apesar de ficar fora dos planos do governo federal, a Coronavac tem conseguido demonstrar bons resultados em diversos países, como no Uruguai, que reduziu em 97% o número de mortes após duas doses, e no Chile, que viu os óbitos recuarem 80%. (com Agências)
Região tem mais quatro mortes; total chega a 10.269
As cidades do Grande ABC computaram mais quatro mortes e 121 casos de Covid-19 entre quarta-feira e ontem, de acordo com os boletins epidemiológicos enviados pelas prefeituras. Os novos falecimentos foram reportados por Diadema (dois), São Bernardo (um) e Mauá (um). Já os diagnósticos positivos foram registrados por Mauá (66), Santo André (39), Diadema (nove) e São Caetano (sete).
Desde o início da pandemia a região acumula 10.269 mortes e 259.675 pessoas contaminadas. O total de recuperados chegou a 243.899.
Até ontem as cidades conseguiram imunizar com a primeira dose 95,9% dos moradores com 12 anos ou mais, que é o público-alvo da vacinação. O total da faixa etária com a proteção contra a Covid completa é de 71,6%.
O Estado de São Paulo registrou até ontem 4.376.700 casos de Covid e 150.540 óbitos. Entre os infectados 4.199.990 tiveram a doença e estão recuperados, sendo que 451.460 foram internados e receberam alta hospitalar. A taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no Estado é de 31,5% e na Grande São Paulo é de 39,1%.
O Brasil está muito perto de alcançar as 600 mil mortes em razão da doença. De acordo com dados do Ministério da Saúde, ontem foram adicionadas mais 451 mortes e o total subiu para 599.810. Foram computados também mais 15.591 infectados, com isso já são 21.532.558 brasileiros contaminados.
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