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Metalúrgicos do ABC aprovam reajuste que garante INPC integral

Categoria conquista 10,42%, mas alguns grupos conseguem correção de 10,5%; empresas que não fecharam acordo recebem aviso de greve

Da Redação
Do Diário do Grande ABC
28/09/2021 | 00:07
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Adonis Guerra/ SMABC


Os trabalhadores da base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC aprovaram, em assembleia geral de campanha salarial realizada na noite de sexta-feira, propostas negociadas com as bancadas patronais que chegaram a reajuste de 10,42%, pagos em parcela única, com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). A entidade representa funcionários de empresas instaladas em São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. 

Os grupos e sindicatos que fecharam negociação neste patamar, ou acima – de 10,5% –, foram o G8.2 Sicetel e Siescomet (empresas de trefilação e laminação de metais ferrosos, esquadrias e construções metálicas), Sindratar (refrigeração, aquecimento e tratamento de ar) , Sifesp (fundição), Sindifupi (funilaria a pintura), Sindicel (condutores elétricos, trefilação e laminação de metais não ferrosos), G3 (Sindipeças, Sindiforja e Simpa) e G8.3 (Simefre e Sinafer). </CW>

Nessas bancadas os trabalhadores também terão garantida a renovação da convenção coletiva de trabalho. Os demais grupos recebem avisos de greve até hoje. Entre eles estão o G10, que não fecha acordo com a FEM/CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT) há cinco anos, e o G2, que tentou negociar parcelamento do INPC em três vezes. 

O secretário-geral da federação, Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, disse que só foi possível chegar a esses acordos em virtude da “intensa mobilização e disposição de luta da categoria”. O dirigente lembrou que grande parte da bancada patronal demorou muito para aceitar o reajuste pelo INPC, alegando que foi pega de surpresa pelo alto patamar da inflação. 

“Sabemos que este ano a choradeira dos patrões foi difícil, ainda mais quando saiu o índice, que ultrapassou os dois dígitos. Intensificamos a luta nas mesas de negociação, apoiados pelos trabalhadores, que se mobilizaram nas assembleias, nas portas das fábricas, e ajudaram a chegar a esse resultado positivo”, destacou. 

Max reforçou que haverá negociação permanente para garantir novas cláusulas sociais, especialmente a que diz respeito à nacionalização da produção de componentes, máquinas e equipamentos, e investimentos em novas tecnologias. 

Durante a assembleia, realizada em frente à regional Diadema do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o presidente da entidadade, Wagner Santana, o Wagnão, destacou que nenhuma proposta que desrespeite os trabalhadores, como as que incluem parcelamento do INPC, será aceita. 

AVISO DE GREVE

“Aos patrões que apresentaram propostas absurdas ou que não sentaram para negociar saibam que receberão aviso de greve. Se não quiserem ter suas fábricas paradas devem procurar a federação. Aos demais companheiros, que pela luta conquistaram o aumento, parabéns e vamos em frente”, comentou o dirigente. 

Com data-base em 1º de setembro, a campanha salarial dos Metalúrgicos do ABC é conduzida pela FEM/ CUT, que representa, no total, 13 sindicatos de metalúrgicos do Estado de São Paulo.

Ao todo, cerca de 45 mil trabalhadores estão em campanha salarial nos Metalúrgicos do ABC. A base do sindicato é composta por 67 mil trabalhadores, mas cerca de 22 mil atuam em montadoras, que negociam cada uma em separado, diretamente com o sindicato.




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