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TV brasileira exibe a 'vingança' de Michael Jackson
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
29/03/2003 | 22:22
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Qualquer coisa que Michael Jackson diga ou faça pode ser usada contra ele. “Não importa a boa intenção que eu tenha, qualquer coisa que eu faça, que eu diga, tem sempre um babaca ou alguém com má intenção para destruir”, diz o popstar norte-americano ao final de The Michael Jackson Interview: The Footage That You Were Never Meant To See (ou entrevista com Michael Jackson: a gravação que você nunca ousaria ver), que será exibido neste domingo no canal por assinatura Sony Entertainment Television (Canbras, Sky, Net, DirecTV), às 21h. O programa tem duração de duas horas.

É uma resposta direta do cantor para o jornalista inglês Martin Bashir, que mostrou declarações polêmicas do astro da música pop no documentário Living With Michael Jackson, exibido na TV inglesa em 3 de fevereiro passado. No Brasil, a Sony liderou o ibope da TV por assinatura quando exibiu este programa dia 2 deste mês.

Para esta revanche, uma câmera manuseada pelo fotógrafo de Jackson, Hamid Moslehi, acompanhou as gravações do documentário de Bashir na Flórida e em Neverland, fazenda onde Jackson vive em meio a um parque de diversões e zoológico particulares.

É com essas imagens e com a voz de Bashir que o programa repassa item por item que ficou polêmico no anterior, dando a versão do artista. A todo momento, o apresentador Maury Povich avisa que Michael não teve nenhum controle editorial sobre o conteúdo. Martin Bashir, notório após ter entrevistado a Princesa Diana, é apresentado como um caçador de celebridades que quer viver como uma delas.

Povich abre os blocos com falas de Bashir extraídas de Living e depois mostra comentários do jornalista sobre o mesmo tema, captados pelo câmera de Michael. Um exemplo: “Neverland é maravilhosa. É um lugar divertido para crianças”, disse Bashir. Em Living, Bashir havia comentado que Neverland “é um lugar perigoso para uma criança vulnerável”.

Em Living, Bashir se diz impressionado com o “sofrimento causado a seus filhos”, referindo-se ao uso de véus em público. Sobre isso, Michael comenta que teme pela segurança das crianças que podem ser vítimas de seqüestradores e ele não quer repetir o caso do bebê Lindbergh – o filho do aviador norte-americano Charles Lindbergh, seqüestrado e morto pelos raptores.

Ao contrário do documentário de Bashir, o de Michael tem testemunhas. A mãe de seus dois primeiros filhos, a enfermeira Debbie Rowe, afirma que as crianças não a chamam de mãe porque ela não quer. “Meus filhos estão com o pai, ele não os tirou de mim. Somos uma família não-tradicional. As pessoas não entendem porque vivem na realidade dos anos 50 e não no século XXI”.

Katherine, sua mãe, Joseph, o pai, e o irmão Jarmine depõem a favor de Michael no item crueldade e disciplina paterna. Katherine aproveita para defender o filho de acusações de pedofilia. “Michael Jackson é um pai maravilhoso para seus filhos. Eu nunca vi nada que qualificasse como atividade criminal”, disse Bashir em uma entrevista em 12 de fevereiro.

Sobre o menino Gavin, 12 anos, ter dormido no quarto de Michael em Neverland e Bashir não ter mencionado em Living que ele tinha passado lá várias temporadas para se recuperar de um câncer, o programa lê uma declaração da mãe do garoto: “A relação entre Michael e Gavin é de amizade e deploro o que Bashir fez”. O menino estaria sendo humilhado na rua por isso.

The Michael Jackson Interview deixa para o espectador concluir se Michael deve ser inocentado ou se foi usado por Bashir, mas não se abstém da parcialidade. Da mesma forma que Bashir não se conteve diante de um homem que é uma polêmica ambulante.




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