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O resgate do espírito andreense

Dérek Bittencourt
31/08/2021 | 00:01
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Bonito ver o Santo André no Campeonato Brasileiro da Série D. O time pode ter suas limitações, não joga futebol dos mais vistosos. Ainda assim, não tem bola perdida, a vibração é intensa e, apesar de uma desatenção ou outra em algumas partidas, que custaram pontos preciosos, os comandados de Wilson Júnior conseguiram conquistar a exigente torcida ramalhina. O próprio treinador, aliás, chegou sob desconfiança – em razão do trabalho feito no São Caetano durante o Paulistão –, mas vem sendo elogiado nas redes sociais. Afinal, o técnico abraçou projeto ousado da diretoria, que não tinha dinheiro para montar o grupo para o torneio e decidiu apostar em receita caseira, com 17 dos 27 jogadores formados no próprio clube. Com o passar dos jogos, o time foi encaixando, passou de desacreditado a surpresa e foi nessa condição que permaneceu no G-4 desde o início, garantindo neste último fim de semana a classificação antecipada para o mata-mata do torneio nacional.

Traçando um paralelo com o elenco que disputou o Paulistão, aquele contava com atletas mais experientes, com mercado nas séries B e C do Brasileiro. No entanto, os torcedores apontavam que faltavam identidade e vibração. O termômetro? O hino cantado pelos jogadores antes dos jogos. Durante o Estadual, a canção era entoada de maneira meramente protocolar. No entanto, com tantas crias que desde a base têm esse costume, atualmente o grupo enche os pulmões e solta a voz: “Santo André do coração, entre os clubes o maior, uma equipe de valor, para defender o nosso futebol. Tuas cores nos encantam, em cada lance a torcida se levanta. Num movimento de bandeiras, em coro te saúde, vibra e canta...”, e daí por diante, para deleite da torcida.

Segundo o técnico Wilson Júnior, que tem experiências de vestiário desde os tempos de atleta, este momento do hino é único e especial. “O Edgard (Montemor Filho, ex-executivo de futebol andreense, atualmente na Ferroviária) tinha me passado isso e fiquei muito impressionado. Fico muito feliz porque é vibração diferente quando cantamos o hino, traz identidade com o clube, os jogadores se sentem bem, os que chegaram estranham no começo mas depois entendem o porquê. Acho muito legal, astral muito positivo, gosto muito dessa situação, exaltou.

INÍCIOS PROMISSORES
Grêmio Mauaense e Mauá FC começaram bem no Campeonato Paulista da Segunda Divisão. A campanha dos conterrâneos é idêntica: duas vitórias, um empate e nenhuma derrota nos três compromissos até aqui. Desta maneira, estão empatados na primeira colocação de suas chaves e despontam como favoritos às vagas para a segunda fase do torneio sub-23. A Locomotiva ainda tem o melhor ataque da competição, junto do Flamengo de Guarulhos, com seis gols marcados, dois deles do atacante Vinicius de Oliveira, que aparece como vice-artilheiro do torneio até aqui. É realmente bom ver a dupla de Mauá se dando bem, fortalecendo ainda mais o futebol do Grande ABC. E sigo na torcida para que, quem sabe, ambos façam uma inédita final da Segundona, repetindo o que São Bernardo FC e Água Santa fizeram na Série A-2 deste ano. Consequentemente, ambos estariam promovidos para a A-3 de 2022, na qual encontrariam o EC São Bernardo, deixando o terceiro nível do Estado com três representantes da região. Sonhar não custa nada.

CAMPANHA
No dia 12 de setembro começa a Copa do Mundo de futsal, na Lituânia, e a Seleção Brasileira foi campeã de cinco e vice em uma das oito edições já realizadas. Com tamanha tradição na modalidade, os times que disputam a Liga Nacional decidiram iniciar a campanha #futsalnasolimpiadas, pedindo que o esporte seja incluído no programa dos Jogos Olímpicos, repetindo o que ocorreu no Pan do Rio de Janeiro, em 2007, quando o futsal integrou a programação indicada pelo Comitê Olímpico do Brasil. Na ocasião, inclusive, a Seleção terminou com a medalha de ouro. Sou completamente favorável dessa inclusão, que fortaleceria ainda mais a modalidade. Para o Grande ABC, que já tem tradição – sobretudo no amador – e hoje conta com Santo André disputando a Liga Nacional, São Bernardo no Paulista e São Caetano e Diadema com projetos de ingressarem ao menos em competições profissionais estaduais, ter o futsal como esporte olímpico seria amplamente positivo, fato que ocorreu recentemente com surf e skate, que estrearam em Tóquio.

HISTÓRIA
A coluna Memória de ontem homenageou o aniversário da Sociedade Esportiva Olaria, de Ribeirão Pires, que completou 66 anos na semana passada. Atual secretário-geral do clube, o pesquisador Pedro Manoel Cordeiro contou a história da agremiação, erguida a partir da doação de tijolos da olarias da cidade. Não à toa, a mascote é o simpático Tijolinho. Aliás, já que estou falando sobre o esporte ribeirão-pirense, uma retratação: na semana passada publiquei matéria me referindo ao Corinthians de Santo André como mais longevo em atividade na região, mas o senhor Pedro Manoel corretamente me corrigiu. Este posto pertence ao Ribeirão Pires FC, fundado em 1911, ou seja, um ano antes do Galo Preto da Vila Alzira. Justo é justo e fica aqui o reconhecimento ao RPFC, onde o meia Willian, que assinou ontem o retorno ao Corinthians, iniciou no futsal. 




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