O que era para ser um trabalho policial de rotina acabou em tiroteio e morte na rua General Glicério, no Centro de Santo André. O investigador C.E.B.S. fazia quinta-feira, por volta das 21h, levantamento de informações sobre uma quadrilha de roubo de carros. Ele estava à paisana e com viatura descaracterizada. Enquanto conversava com uma testemunha, o investigador foi abordado pelas costas por um homem armado, que apontou o revólver para sua cabeça, pediu para que entregasse o tênis, anéis e exigiu que deitasse no chão. Em seguida, o homem apertou o gatilho. A arma falhou. Henrique da Silva Oliveira, 19 anos, o Fumaça, começou a correr pelas ruas do Centro. Ele seria morto posteriormente, durante uma troca de tiros.

Os criminosos – dois homens e uma mulher – fugiam em um Uno, quando o investigador, acompanhado por outras viaturas, começou a disparar contra o veículo com uma metralhadora. Henrique Oliveira, que estava no banco de trás, foi atingido na cabeça. Ele foi levado pelos próprios criminosos ao Pronto-Socorro Municipal, mas morreu no caminho, segundo informações médicas à polícia.

O veículo usado pelos criminosos foi encontrado abandonado em uma rua no Jardim Cristiane, periferia da cidade, minutos depois. Com informações de moradores locais e rastros de sangue, os policiais chegaram à casa de Elizete Donini de Carvalho, 21 anos, que integrava o trio de assaltantes. Ela foi presa em flagrante ao ser reconhecida pelo investigador e levada à Cadeia Pública Feminina de São Bernardo. No barraco estava escondido Márcio Renato Borges, 24, que conseguiu escapar dentro da favela.

Dentro de uma gaveta, os policiais encontraram uma placa de motocicleta roubada no dia 7 de março, além de um celular com a mensagem “Paz, Justiça e Liberdade”, frase tradicionalmente usada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Isso levou a investigação a crer que o crime não se tratava apenas de um roubo, mas de uma ação planejada do grupo.

Quanto ao criminoso que fugiu, a polícia irá indiciá-lo indiretamente e decretar sua prisão preventiva. Segundo informações divulgadas pela polícia, não há nenhum indício do paradeiro de Márcio Renato Borges.