A Fundação ABC tem atualmente como pano de fundo um panorama complexo, em que os desafios locais têm se mostrado mais difíceis do que aqueles surgidos fora da região. E isso é relevante: cada movimento da autarquia mantida pelas três cidades mais ricas da região (Santo André, São Bernardo e São Caetano) mexe com a saúde dos 2,5 milhões de moradores do Grande ABC. E também com o bolso.

Os primeiros meses de 2009 redesenharam o mapa do Grande ABC e trouxeram entraves antes inexistentes à atuação da Fundação. O resultado é muita polêmica.

Os valores dos contratos estipulados pela gestão anterior têm provocado críticas e até uma auditoria promovida pelo prefeito de Santo André, Aidan Ravin. Os serviços estão principalmente localizados no Hospital da Mulher. No Centro Hospitalar Municipal, há também um convênio para o fornecimento de funcionários.

De Diadema, a Fundação levará 16 funcionários que trabalhavam em parte do Quarteirão da Saúde e apenas seis meses de repasses dos 12 contratados. É o fim das atividades no município, com custo mensal de R$ 140 mil.

Com São Bernardo, os contratos foram rediscutidos, houve redução no número de serviços, mas o entendimento é de que a parceria "vai bem, obrigado". O Hospital de Ensino e o Hospital Municipal Universitário são aqueles mantidos com gestão da entidade, fora demais convênios para fornecimento de funcionários.

Em São Caetano, a Fundação tem convênios com o Hospital de Emergências Albert Sabin e com os complexos Márcia e Maria Braido. O atual presidente da autarquia, Marco Antonio Espósito, foi indicado pelo prefeito José Auricchio Júnior para o biênio 2008-2009.

Na região, os próximos passos apontam para Mauá. O Hospital Doutor Radamés Nardini, sempre em estado crítico, pode receber funcionários da entidade nos próximos meses. Os contatos têm se estreitado cada vez mais, e passam por ajuda de Estado e União.

A parceria com o Governo do Estado está fortalecida. Os AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) de Santo André (já definido) e Mauá (em projeto) podem contar com os serviços da Fundação. Na Praia Grande, o Hospital Irmã Dulce está nas mãos da autarquia do Grande ABC. Brevemente, será a vez de um ambulatório estadual.