O Pequenino é sopa rala, mesmo para quem apreciou As Branquelas e os dois primeiros filmes da série Todo Mundo em Pânico, obras anteriores destes mesmos irmãos Wayans – Keenen na direção e a dupla Marlon e Shawn no elenco – que agora proporcionam esta comédia de erros. Nem o público, que aparece como justificativa para a simplificação sistemática dos filmes dessa produtora fraterna, caiu na lábia dos Wayans. No site norte-americano IMDB (www.imdb.com), O Pequenino foi eleito o 29º pior filme de todos os tempos, segundo um ranking elaborado a partir de votação popular.

Isso pode denotar uma crise de princípios entre os Wayans, que são bons em sintonizar vícios comportamentais – a falsa tolerância étnica em As Branquelas, por exemplo – mas não em levá-los adiante, como está comprovado na série Todo Mundo em Pânico, que ganhou contundência e graça a partir do terceiro episódio, quando os irmãos ausentaram-se do processo criativo.

O Pequenino fala de um homem que sonha em ser pai e de um anão mafioso que precisa esconder-se da polícia. Acidentalmente, os dois se encontram e o bandido finge-se de bebê. Encontra asilo nos braços do candidato a paizão, e acaba adotado. Poderia ser uma síntese da infantilização do homem moderno. Não, não! Nem a mãe da família Wayans, por mais devota que seja aos filhos, acreditaria numa lorota dessas.

O PEQUENINO (The Little Man, EUA, 2006). Dir.: Keenen Ivory Wayans. Com Marlon Wayans, Shawn Wayans. Estréia nesta sexta-feira no ABC Plaza 6, Extra Anchieta 3, Metrópole 3, Mauá Plaza 1, Central Plaza 2 e circuito. Duração: 90 minutos. Classificação etária: 12 anos.