Greve foi iniciada à meia-noite de ontem e reivindicava acertos salariais; Linha 10-Turquesa causou transtornos no Grande ABC
Ferroviários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) encerraram a greve às 17h de ontem, após aproximadamente 17 horas de paralisação total do serviço. A decisão foi tomada em assembleia, depois de o governo do Estado aceitar a proposta da categoria.
O acordo prevê o pagamento de metade do PPR (Programa de Participação de Resultados) de 2020 no dia 10 de agosto, e o restante com acréscimo da multa contratual em 10 de janeiro de 2022, além de não recorrer ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) sobre as decisões dos dissídios econômicos 2020 e 2021.
Os serviços das linhas 7-Rubi, 8-Diamante, 9-Esmeralda e 10-Turquesa voltaram a funcionar por volta das 17h30, mas a alta demanda fez com que as estações permanecessem cheias até o fim da noite de ontem.
A decisão da categoria, porém, causou transtornos nas estações ao longo de todo o dia, inclusive no Grande ABC, por onde passa a Linha 10-Turquesa. Além da aglomeração em frente às estações, em Santo André a Polícia Militar teve de intervir e colocar um cordão de isolamento para evitar que as pessoas ficassem próximas ao local.
Para minimizar os transtornos, por volta das 9h30 a CPTM ampliou a operação parcial de trens na Linha 10-Turquesa entre as estações Santo André e Tamanduateí, com intervalos médios de 25 minutos entre os trens. As demais continuaram paralisadas. Na Capital, os problemas foram além, e usuários chegaram a quebrar portões das plataformas, causando tumulto e até mesmo acidentes.
Durante o dia, as linhas intermunicipais gerenciadas pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) circularam normalmente e prestaram suporte à CPTM conforme necessidade. No total, 24 linhas tiveram reforço com o acréscimo de 34 veículos a fim de atender aos passageiros prejudicados pela greve dos sindicatos que representam os colaboradores das linhas 7-Rubi, 8-Diamante, 9-Esmeralda e 10-Turquesa.
Em nota, os ferroviários, por meio dos sindicatos da Zona Sorocabana, São Paulo e Engenheiros, afirmaram que a greve só se encerrou porque o Secretário de Transportes do Estado, Alexandre Baldy, se pronunciou. “Ninguém nos procurou ao longo do dia, estávamos caminhando para a continuação da greve, mas no último momento o secretário de Transportes Alexandre Baldy resolveu nos ouvir e chegamos a um acordo”, afirmou o presidente interino do Sindicato da Zona Sorocabana, José Claudinei Messias.
A greve começou depois que o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) propôs que a CPTM repusesse o salário em 6,22%, mas a empresa não aceitou. A classe protestava contra a insistência da companhia em reajuste zero pelo segundo ano consecutivo e a falta de pagamento do PPR de 2020. “No ano passado nossa categoria não teve reajuste e este ano a empresa queria seguir pelo mesmo caminho, mas como os ferroviários vão sobreviver, pagar as contas se tudo aumentou, menos o salário? A solicitação não é nada além de um pedido de respeito da empresa com os seus funcionários”, explicou Messias.
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