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Twisted: primera vez no País
Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
08/11/2009 | 07:13
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"Se você me perguntasse quando eu tinha 20 anos se eu ainda estaria tocando rock aos 50, eu te responderia, você está louco? E aqui estamos nós", diz Jay Jay French, guitarrista e fundador do grupo de rock Twisted Sister.

A banda formada na década de 1970 em Long Island, Estados Unidos, chega pela primeira vez ao Brasil para show em São Paulo no dia 14. A apresentação acontece no Via Funchal, às 22h. Os ingressos custam entre R$ 140 e R$ 250.

O grupo surgiu durante a explosão do glam rock junto de grupos como New York Dolls e Kiss.

Influência direta de David Bowie e Lou Reed, o Twisted Sister apostou no visual ousado, com maquiagem no rosto, e roupas extravagantes e coloridas.

FORMAÇÃO CLÁSSICA
O quinteto que praticamente sumiu do mapa por mais de uma década volta com a formação clássica, o vocalista Dee Snider, os guitarristas Jay Jay French e Eddie Ojeda, o baixista Mark Mendoza e o baterista A.J. Pero.

Animados para o show que farão no Brasil, os guitarristas Jay Jay French e Eddie Ojeda falaram em entrevista exclusiva ao Diário, por telefone, de Nova York. "Visitar a América do Sul sempre foi um dos nossos sonhos, e agora podemos fazer isso, será uma honra tocar no Brasil", comenta Jay Jay.

NOVO SINGLE
Apesar de ainda não constar nos planos da banda a produção de um novo álbum, eles acabam de lançar um single, chamado 30. É a primeira composição do Twisted Sister em 22 anos.

No catálogo, os roqueiros têm sete álbuns de estúdio, cinco deles gravados ainda nos anos 1980, os outros dois, Still Hungry - regravação do disco Stay Hungry em comemoração aos seus 20 anos em 2004 - e A Twisted Christmas com canções clássicas de Natal, que segundo Jay Jay, é o melhor álbum de Natal já gravado por uma banda de rock.

Até hoje, eles colhem os frutos de Stay Hungry, clássico álbum lançado 25 anos atrás, que levou o grupo ao estrelato. É um dos discos de rock mais vendidos na história. A causa disso: duas canções ali registradas, I Wanna Rock e We're not Gonna Take It, ambas tiveram os clipes estrelados pelo ator Mark Metcalf. "Nós desaparecemos por vários anos e voltamos mais populares do que nunca", brinca Jay Jay.

Após o sucesso de Stay Hungry, o Twisted Sister ainda viveu por mais três anos, e após a dissolução, os músicos praticamente não se falaram mais. "Há 15 anos ninguém diria que voltaríamos a tocar, o que aprendi é nunca diga nunca", afirma Eddie.

REENCONTRO
Inesperado, o retorno aos palcos se deu por conta de um convite para angariar fundos para as vítimas do atentado ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001.

O que seria apenas um show, se transformou em várias turnês mundiais. "A banda acabou muito mal, e eu nunca pensei que tocaríamos juntos novamente, cheguei até a sonhar com isso, e hoje é muito gratificante poder tocar, cada show que fazemos é como um presente", conta Jay Jay.

Eddie Ojeda conta em tom de brincadeira que após a separação, teve até de voltar a estudar. "Você não abre o jornal e encontra um anúncio dizendo que precisa de rock star", brinca.

Parceiros de cordas e amigos desde a época da escola secundária, Eddie e Jay Jay contam que desde aqueles tempos já sonhavam com a vida musical, e dizem que são pessoas de sorte. "Eddie e eu tínhamos uma banda na época da escola, esse era nosso sonho, mas não imaginávamos que seríamos músicos conhecidos em todo o mundo, você apenas sonha", diz Jay Jay. Eles contam ainda que conhecem muitos outros ótimos músicos que tinham esse mesmo sonho, mas nada aconteceu.

SEGREDO
Segundo os guitarristas, o grande segredo para fazer bons shows é a bagagem adquirida ao longo do tempo. "Nós aprendemos a fazer isso quando tocávamos em bares em Long Island e Nova Jersey, fizemos isso por dez anos antes de ter o primeiro contrato com uma gravadora, a maioria das bandas não tem isso hoje", contam.

Além das atividades junto ao Twisted Sister, Eddie Ojeda trabalha também nas gravações de um álbum solo. Além disso, está preparando uma comédia para a TV.

Jay Jay, que já foi empresário de várias bandas no passado, hoje toma conta dos produtos que levam o nome Twisted Sister.

ADEUS AO BATOM
Os rapazes se despedem este ano das roupas extravagantes e da maquiagem com a qual chamaram a atenção no início da carreira. Os músicos contam que já sofreram muita censura por conta do visual. "É a hora de mudança, agora as pessoas que não nos escutam por causa do visual não terão mais desculpas, o som continua o mesmo", afirma Jay Jay.

Shows sem atrasos, músicas ensaiadas e muita energia no palco. "Se você ama o que faz, você trabalha duro, é por isso que na história dessa banda, não nos atrasamos e tocamos com a intensidade que tocamos. Tem artista que não ensaia para show, se atrasa e tira vantagem do fã. Eu não respeito esse tipo de gente", diz Jay Jay.

Mais experientes e maduros, Jay Jay e Eddie acreditam que a banda está em melhor forma do que antes e avisam que os brasileiros podem se preparar para um ótimo show, "Os brasileiros nunca viram nosso show, então eles podem esperar um dos melhores shows de rock de suas vidas", finaliza Jay Jay.

Twisted Sister - Show. Sábado, dia 14, às 22h, no Via Funchal - Rua Funchal, 65. São Paulo. Tel.: 21445444. Ingr.: R$ 140 a R$ 250.




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