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Vereadores de Mauá
cruzam os braços
Renan Fonseca
Do Diário do Grande ABC
11/03/2011 | 07:08
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Até agora os vereadores de Mauá não se movimentaram para pressionar a Prefeitura com relação à situação das famílias desabrigadas pelas chuvas deste ano. Deslizamentos de encostas causaram mortes e destruíram várias casas pela cidade. Como ajuda, a administração construiu uma tenda provisória no Jardim Zaíra. O auxílio-aluguel de até R$ 350 foi suspenso, mas os políticos da Câmara sequer chamaram o prefeito Oswaldo Dias (PT) para prestar esclarecimentos sobre isso no Legislativo.

Porém, uma comissão foi formada em janeiro para acompanhar o empenho da Prefeitura em minimizar os problemas das pessoas em área de risco. Até agora, apenas críticas e defesas foram lançadas durante as sessões do Legislativo. Vereadores de todos os partidos fazem parte do grupo.

O presidente da comissão, o petista Francisco Marcelo Oliveira, disse ontem que o grupo não vai se "pautar pelas manchetes dos jornais". A fala do vereador tem como pano de fundo a denúncia feita ontem pelo Diário sobre a suspensão do pagamento do auxílio-moradia.

Atila Jacomussi (PV), que também faz parte da comissão, relembrou a dificuldade que os moradores tiveram em conseguir casas para alugar. "O histórico do prefeito Oswaldo Dias é ruim junto às imobiliárias. E é difícil locar alguma residência com tão pouco dinheiro", falou.

O líder do governo, Romulo César Fernandes (PT), tratou com parcimônia a suspensão do auxílio. "O prefeito está apurando quem se beneficia do auxílio para continuar vivendo em áreas de risco. Mas tenho certeza de que logo as famílias vão receber novamente", disse.

No Ministério Público já está em andamento um ofício para questionar a Prefeitura sobre o atraso no repasse do auxílio. Aproximadamente dez pessoas que dependem do benefício estiveram ontem no Fórum para denunciar a decisão do Poder Executivo. Falta ao ofício a assinatura da Promotoria de Habitação.

Em nota, a Prefeitura informou que está convocando as famílias que dependem do auxílio emergencial para receber a documentação que garantirá as próximas parcelas do benefício. Segundo a nota, basta apresentar na própria administração o comprovante da residência locada (Avenida João Ramalho, 205, Vila Noêmia).

 

Moradores protestam contra suspensão

 

Famílias que dependem do auxílio emergencial protestaram ontem na Prefeitura de Mauá contra a suspensão do pagamento do benefício. Muitas pessoas se queixaram que assinaram contrato de aluguel confiando na continuidade do repasse de R$ 350. Segundo os moradores, funcionários da administração aconselharam acionar a imprensa.

A dona de casa Sueli Carneiro, 44 anos, morava no Jardim Paranavaí quando a Defesa Civil decretou que a residência estava em área de risco. "Consegui alugar uma casa longe dali, como a Assistência Social pediu. Mas o cheque do aluguel veio apenas em janeiro", relatou.

O caso de Josileide de Souza, 33, que também está inscrita no auxílio-aluguel, é mais grave. "A gente não tem condições de pagar o aluguel e o proprietário já está pedindo a casa de volta", comentou durante o protesto.

Aproximadamente 20 pessoas estiveram ontem no guichê da Secretaria de Habitação. "Os funcionários falam que não sabem quando o dinheiro vai chegar novamente, e pedem para a gente ter paciência", contou Ana Paula Veríssimo, 32.

A Prefeitura nega que tenha suspendido o auxílio, e informou que apenas em casos específicos os valores referentes a fevereiro e março não foram repassados.




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