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Falta de fiscais é ameaça a parques de SP e ABC
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
16/04/2003 | 21:14
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Ambientalistas do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente de São Paulo), em reunião realizada quarta-feira, em São Paulo, apontaram problemas como caça predatória, extração irregular de palmito e de plantas ornamentais, ocupações irregulares e fluxo turístico sem controle nos 25 parques estaduais paulistas. Os problemas são provocados principalmente por falta de fiscalização e de um plano de manejo. Os conselheiros cobraram da Secretaria Estadual do Meio Ambiente a apresentação do plano.

O maior parque é o Estadual da Serra do Mar, com 315.390 hectares que se estendem por 28 municípios, inclusive Santo André e São Bernardo. Fluxo turístico descontrolado, ocupações irregulares e a falta de fiscais são apontados como agentes de degradação em todos os parques, mas principalmente no da Serra do Mar, cujo tamanho dificulta a fiscalização.

De acordo com o ambientalista Carlos Bocuhy, coordenador da campanha Billings, eu te quero viva!, que falou em nome dos conselheiros, para o Consema o plano de gestão elaborado não está sendo cumprido. “É preciso que haja um projeto maior e uma política comprometida, em caráter de urgência, para acabar com esse estado de abandono de todos os parques.”

Os ambientalistas esperam que até a próxima reunião do órgão, no mês que vem, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente apresente em que situação está o plano de manejo de cada parque. “A secretaria tem um prazo razoável para dizer em que estágio estão os planos. Sabemos que nem todos os problemas podem ser resolvidos em um mês, mas queremos saber como está o projeto de cada espaço, se o plano de manejo está sendo executado, se vai começar a ser feito em determinada data ou se não há previsão de começar.”

A falta de fiscalização nos parques é considerada o principal problema, já que permite o aumento de invasões, da caça predatória, da extração de plantas ornamentais, por exemplo. Mas a exploração turística malcoordenada também pode acarretar a destruição de áreas preservadas.

Os ambientalistas citam o caso do Petar (Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira), onde apenas três fiscais tem de vigiar uma área de 36 mil hectares com fluxo de 40 mil visitantes por ano e mais de 300 cavernas catalogadas. Em Paranapiacaba, em Santo André e dentro da área do Parque da Serra do Mar, a fiscalização sobre o turismo deve ser intensificada para evitar a exploração acima da carga permitida nas trilhas (veja reportagem ao lado). “Por isso devem haver normas que evitem a exploração predatória tanto do turismo quanto das invasões”, disse Bocuhy.

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente foi procurada pelo Diário, mas, segundo assessoria de imprensa do órgão, o diretor do Instituto Florestal não comentaria quarta-feira o plano de manejo dos parques.




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