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Duas pessoas com Covid-19 morrem na fila por vaga de UTI em Ribeirão Pires

Saúde no Grande ABC está à beira do colapso; Diadema tem 23 pacientes aguardando por vaga e Ribeirão, dois

Marcela Ibelli
Vanessa Soares
Do Diário do Grande ABC
09/03/2021 | 14:23
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DGABC


A Prefeitura de Ribeirão Pires confirmou a morte de duas pessoas infectadas com o novo coronavírus que estavam na fila de espera por vagas em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade. O primeiro óbito - um homem de 81 anos - aconteceu no dia 1º de março e o segundo - uma mulher de 60 anos - no domingo (7). Segundo o Paço, nesta terça-feira (9), dois pacientes cadastrados na Cross (Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde) aguardavam por leitos.

Mais cedo, o prefeito Clovis Volpi (PL) informou que os hospitais, tanto da rede pública, quanto privada, e as UPAs do município estão com todas as vagas preenchidas. Segundo ele, a partir de agora a cidade precisará enviar os pacientes que chegarem necessitando de internação para o sistema Cross.  "Como havíamos previsto que a partir do dia 10 nós teríamos um mês de março terrível, isso está acontecendo hoje. Ribeirão Pires entrou em colapso, ou seja, não temos mais condições de manter pessoas contaminadas com Covid dentro das UPAs, não temos mais vagas em nosso hospital de campanha. O Grande ABC inteiro está totalmente tomado em suas UTIs, tanto na rede pública quanto na rede privada. Estamos vivendo um momento extremamente grave e é isso que queria dizer a vocês. Os doentes que chegarem agora teremos que fazer um registro no sistema Cross, que pertence ao Estado e não aos municípios. Esse sistema dependendo da vaga que tem em todo o estado, principalmente da Grande SP, receberia os doentes das cidades que não tem mais vagas. O município está fazendo tudo que pode, chegamos no limite e quero pedir a vocês, não participem de festas, fiquem nas suas casas porque não há mais lugar nos hospitais para que possamos atendê-los dignamente",disse.

A situação se repete em Diadema, que informou em nota que tem até o momento 23 pacientes na fila da Cross. Desses, 12 são do PSC (Pronto-Socorro Central), dos quais 11 são Covid-19, sendo quatro para leitos de UTI e 11 do HM ( Hospital Municipal) dos quais seis são Covid-19, sendo dois para UTI. "Cabe esclarecer que a Cross faz apenas a intermediação entre os solicitantes e os executantes que possuem as vagas e há a liberação de vagas conforme a existência de leitos nos hospitais de referência. Os pacientes internados vêm recebendo toda a assistência necessária e a Prefeitura de Diadema vem trabalhando para aumentar o número de vagas de UTI", acrescentou.

Rio Grande da Serra também depende do Estado, uma vez que o município não dispõe de leito hospitalar nem UTI. "Os munícipes são atendidos na Upa 24hrs. Como em toda a região, em Rio Grande da Serra não foi diferente o aumento da demanda para o atendimento por Covid. Estamos no limite máximo de capacidade de atendimento na Upa, mantendo diariamente uma média de 10 pacientes com Covid, entre eles crianças, que aguardam a disponibilidade de vagas de leitos hospitalares e UTI por meio do sistema Cross", informou.

O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB) também fez apelo aos munícipes na tarde de hoje. Em vídeo divulgado em suas redes sociais, na companhia do secretário da Saúde Dr. Geraldo Reple Sobrinho informou que a situação no município é grave. "É muito provável que a partir de quinta ou sexta-feira nós não tenhamos mais onde colocar as vítimas da Covid. Isso pode ocorrer em enfermaria e vai acontecer nas UTIs. Passamos de 90% de ocupação das UTIs públicas e não adianta quem tem convênio ou dinheiro porque a rede privada também está saturada. Vai falta lugar nos hospitais para colocar pacientes vítimas da covid. Estamos muito preocupados", disse.

Santo André enfrenta cenário semelhante. Em nota, a prefeitura informou que a taxa de ocupação em leitos de enfermaria (públicos e privados) está em 84,81%. Já em leitos de UTI (públicos e privados) é de 94,27%. "Destacamos que a cidade conta com leitos disponíveis devido suporte de UTI tanto em UPAs, hospitais e hospitais de campanha. As transferências são feitas dentro do sistema municipal levando em conta a liberação de leitos e o quadro clínico dos pacientes", finalizou.

São Caetano é o município com a situação menos grave. A prefeitura do município informou que a taxa de ocupação na enfermaria é de 70% e na UTI de 61,5%.

Mauá ainda não respondeu.




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