Segundo o assessor técnico do gabinete de Cláudia, Edson Ferraz, a secretária está se informando sobre a situação do convênio, já que ela assumiu este ano no lugar de Marcos Mendonça e não conhece o projeto em detalhes. “Vamos ver o que foi feito e o que o Estado poderia fazer para concluir o centro cultural e decidir se vamos devolver ou não para a Prefeitura”, disse Ferraz. Nos corredores da Prefeitura, a extinção do convênio é dada como certa.

Assinado em agosto de 1998, o convênio entre Prefeitura, Estado e Fundação Padre Anchieta revitalizaria a Cia. Vera Cruz como um centro de produção audiovisual de alta tecnologia, seguindo modelo do complexo alemão de Babelsberg. Teria prazo de dois anos para sua execução, renovado por mais dois, e concessão de uso por 20 anos. A Prefeitura cedeu a área para reforma física dos três estúdios (avaliada em R$ 20 milhões). No menor deles, funcionaria um centro cultural e uma escola técnica de formação de mão-de-obra. A Prefeitura administraria o centro cultural e a Fundação comandaria os estúdios.

À Fundação e à Secretaria de Cultura caberia captar recursos junto à iniciativa privada pelas leis de incentivo à cultura para o projeto. A Secretaria de Estado da Cultura destinou R$ 5 milhões para o centro cultural, mas as obras estão paralisadas na fase de acabamento desde outubro de 2001 e as dos dois estúdios maiores nem começaram, embora sejam utilizados precariamente para filmagens, como Carandiru, de Hector Babenco, e Aurélia Schwarzenega, de Carlos Reichenbach.

Da iniciativa privada, apenas a Volkswagen contribuiu com R$ 500 mil, em 1998, e nenhuma outra empresa patrocinou o projeto. O Banespa, que venceu concorrência para assumir as contas da Prefeitura de São Bernardo, destinou R$ 3,5 milhões para a conclusão do centro cultural, segundo cláusula contratual.