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Mortes por Covid sobem 23% na região em janeiro

Crescimento foi bem acima da alta de 4% nos casos na comparação com dezembro

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
02/02/2021 | 07:40
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Rego Barros PCR/Divulgação


O número de mortes causadas pelo novo coronavírus no Grande ABC cresceu 22,8% em janeiro na comparação com dezembro. No mês encerrado no domingo, 564 falecimentos foram confirmados ante 459 vítimas nos 31 dias anteriores. O ritmo de mortes, porém, foi maior do que o número de novos diagnósticos de Covid, uma vez que os casos cresceram 3,9%, de 15.193 para 15.796, conforme dados de boletins epidemiológicos das prefeituras. Além disso, os primeiros 31 dias de 2021 foram os mais letais desde julho, quando 518 vidas foram ceifadas.

Duas cidades da região, São Bernardo, com 73,5%, e Mauá, com 73% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados, sentem a pandemia pressionar o sistema de saúde, enquanto as demais têm números mais confortáveis, com 64,3% de ocupação em Santo André e 51% em São Caetano – Diadema não informou; Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não possuem unidades de terapia intensiva. A relação é de 13 leitos a cada 100 mil habitantes. Assim, não há carência de acomodações nas sete cidades.

Já o percentual de falecidos de pessoas que pertenciam ao grupo de risco aumentou, segundo informações do Simi (Sistema de Monitoramento Inteligente), da Fundação Seade. Em outubro, 75% dos óbitos na região foram de pessoas com 60 anos ou mais, enquanto, atualmente, 77,9% das vítimas pertencem a esta faixa etária. A fatia de indivíduos que morreram de Covid-19 e que tinham alguma doença preexistente também cresceu. Os cardiopatas eram 42,7% e passaram a representar 46,1% dos óbitos, ao mesmo tempo em que, há três meses, 30,5% tinham diabete, passando a 33% em janeiro.

Primeira hipótese é a de que pessoas do grupo de risco estão saindo mais de casa após meses de isolamento. Com isso, ficam expostas ao coronavírus. Além disso, com a flexibilização da quarentena, os indivíduos foram mais às ruas. Exemplo é as cenas de aglomerações registradas nos últimos meses em bares, restaurantes, praias e centros comerciais. A situação foi agravada pelas festas de fim de ano, já que, principalmente os jovens infectados assintomáticos, se encontraram com familiares com comorbidades e idosos, levando o vírus a estes grupos de risco, indica José Branco Filho, infectologista do grupo Leforte e da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente).

Ontem, a taxa de reprodução da Covid estava em 1,31 na região, de acordo com a SP Covid Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria). Isso significa que 100 pessoas infectadas podem contaminar outras 131. Contudo, em 19 de janeiro, a taxa atingiu pico de 1,64 em razão das comemorações de Natal e Ano-Novo.




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