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ONG quer antigo prédio do Fórum para centro cultural
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
06/10/2001 | 19:11
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  Como alternativa à falta de apoio do poder público, um grupo formado por dez profissionais, entre produtores culturais e artistas, criou a ONG Cuca (Centro Unificado de Cultura, Arte e Educação Ambiental). O lançamento oficial da instituição será realizado com um show do quarteto de cordas Quaternaglia, no Teatro Municipal de Santo André, na próxima quarta-feira (dia 10).

A Cuca, presidida pelo fotógrafo Marcos Fávero, de Santo André, é um projeto ambicioso, cujo principal objetivo é ter um centro cultural próprio com cursos, oficinas e espetáculos. Na mira do grupo está o antigo prédio do Fórum de São Bernardo (na alameda da Justiça), atualmente abandonado, depredado e motivo de preocupação por parte de moradores que afirmam que o local se transformou em abrigo de marginais.

“O prédio do Fórum é ideal, pois tem salas enormes e suficientes para os cursos. Além disso, há espaço para criarmos um teatro de 620 lugares”, diz Fávero. A Cuca já tem até uma planta do que seria esse novo prédio e o orçamento detalhado.

“Precisamos de R$ 4 milhões para ter o Centro Cultural pronto, incluindo todos os equipamentos e o teatro completo”, afirma. Apoio da população a ONG já tem. Segundo Fávero, foram recolhidas cerca de 3 mil assinaturas de pessoas que moram nas imediações do Fórum e no Grande ABC. O abaixo-assinado será encaminhado junto com um projeto detalhado ao Governo do Estado de São Paulo, para tentar a concessão do edifício.

A partir daí, a Cuca entrou na vala comum onde morre a maioria dos projetos culturais: a captação de recursos. Segundo Fávero, o patrocínio por meio da Lei Rouanet exige que a empresa tenha em sua contabilidade o lucro calculado e não o presumido, algo que só acontece nas grandes corporações.

“Por causa disso, as pequenas e médias empresas não têm como fechar acordos utilizando a Lei Rouanet”, diz. A saída, portanto, seriam os mecanismos municipais. No Grande ABC, por exemplo, apenas Santo André tem uma lei aprovada mas que até hoje não entrou em vigor. São Caetano, de acordo com Fávero, teria interesse em criar sua própria lei.

Para isso, a ONG oferece assessoria técnica às prefeituras interessadas, já que todos os integrantes têm formação em cursos de marketing cultural pelo Sebrae. “Aqui na região, além de sermos reféns das políticas culturais de cada município, vamos às empresas com um pires na mão. Queremos quebrar esse ciclo e profissionalizar o marketing cultural com a oferta de ferramentas de marketing lucrativas para nossos eventuais parceiros”, afirma Fávero.

Caso a idéia de ocupar o Fórum não vingue, a Cuca está disposta a buscar outra sede. “Podemos ter um novo projeto pronto em 15 dias”, diz. Até lá, as atividades prosseguirão.

No momento, a Cuca desenvolve outro projeto audacioso: a criação de um guia que listaria todos os produtores, artistas, prestadores de serviços em eventos culturais e espaços da região.

Na quarta-feira, às 20h, o show do grupo Quaternaglia (com entrada franca, para convidados), marca o lançamento oficial da Cuca, com um breve discurso de Fávero no intervalo. “É possível que na hora haja alguns lugares disponíveis para o público”, afirma Fávero.

Um dia antes, no mesmo local, das 10h às 18h45, haverá uma master class com a pianista Yara Bernette. Não há mais vaga para alunos, mas ainda há condições de se matricular como ouvinte, mediante pagamento, na hora, de R$ 30. Mais informações pelo telefone 4368-8039.




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