Setecidades Titulo
Clientes dizem ter sido agredidos em bar de Sto.André
Giba Bergamim Jr.
Do Diário do Grande ABC
26/08/2004 | 14:12
Compartilhar notícia


O que era para ser uma noite de diversão para o corretor de seguros F.E.G., 28 anos, e sua mulher S.V., 26., se transformou, segundo ele, em pancadaria na casa noturna Street Bar, na rua das Figueiras, em Santo André, no último domingo. F. diz que foi agredido por seguranças do bar após discussão na fila do caixa. Seria um caso isolado, não fosse o fato de, no mesmo dia, a equipe de segurança ter sido acusada de dar seqüência a sessões de violência, desferindo pancadas no advogado A.A., 27. Já são três os B.O.s de lesão corporal dolosa envolvendo seguranças da casa no 4º DP (bairro Jardim) desde julho. A gerência do Street Bar, que abriu em maio, nega as versões dos clientes.

Segundo relato do advogado A. à polícia, ele teve parte dos dentes da frente quebrados depois que um dos seguranças tentou enfiar o cano de uma arma de fogo dentro de sua boca, numa área nos fundos do estabelecimento.

Os dois boletins de ocorrência feitos por F. e A. não representam as únicas acusações de violência protagonizadas por seguranças do Street Bar. No último dia 3 de julho, o vendedor André Luiz da Costa, 23 anos, também registrou um B.O. Um inquérito já foi instaurado para identificar os responsáveis pelas agressões, segundo o escrivão-chefe do 4º DP, Fábio Carvalho.

As agressões sofridas por F. ocorreram após uma discussão banal na fila dos caixas da casa noturna, por volta das 3h. Ele e sua mulher reclamaram que outros clientes estavam pagando várias comandas de uma só vez. Segundo F., um colega dele foi pedir a ajuda do segurança para solucionar o problema. O segurança "se alterou" e iniciou uma discussão com o rapaz.

Um outro se aproximou, aplicou-lhe uma gravata e o imobilizou. F. tentou apartar a confusão e também foi imobilizado. Durante a agressão, um bracelete de F. sumiu. "Cinco seguranças me levaram para o lado de fora e me agrediram com socos e pontapés. Fiquei cheio de hematomas. Foi humilhante". Segundo o corretor, um dos agressores afirmou ser PM.

A violência teria continuado minutos depois, quando o advogado A. tentou "apaziguar" a confusão envolvendo seu amigo F. "Eles me levaram para os fundos do bar e me bateram. Um deles disse ser policial, sacou uma arma e colocou na minha boca. Depois, pegou um pedaço de pau e bateu na minha cabeça".

O gerente do Street Bar, Ricardo Soares, nega as agressões. Ele disse que foi F. quem iniciou a confusão. "Ele estava completamente alterado e deu um soco no vidro do caixa, que estilhaçou", declarou.

O operador de caixa do bar Laércio Neves, 50, reitera a versão de Soares. "Trabalhamos com 16 seguranças. São de uma empresa contratada, com registro na Polícia Federal. Nenhum deles é policial, e não usam armas. Jamais autorizaríamos qualquer agressão a clientes", completou Soares.

Ele não soube dizer qual é a empresa, mas afirmou que forneceria a informação ao Diário nesta quinta.

Primeiro caso - Uma brincadeira resultou em agressões, no último dia 3 de julho, segundo o vendedor André Luiz Costa. "Brincando, um amigo jogou um copo na mão de outro. Um dos seguranças repreendeu um de meus amigos. Eles começaram uma discussão e o segurança deu um tapa na cara dele", disse Costa. Tomando as dores do amigo, Costa se dirigiu ao agressor. "Levei um tapa na cara e uma joelhada nos testículos".

A gerência da casa contesta. Soares disse que Costa quebrou três copos e apenas foi retirado do Street Bar. O segurança José Salles, 25 anos, disse à polícia que Costa deu-lhe um soco e o ameaçou com uma garrafa quebrada.

Segundo Miriam Bazote, do Sesvesp (Sindicato das Empresas de Vigilância de São Paulo), as casas é que são responsáveis por eventuais abusos dos seguranças contratados.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;