O menor R.R.S, 16 anos, foi baleado na cabeça na manhã desta segunda no Parque das Nações, em Santo André. De acordo com o boletim de ocorrência, registrado no 2º DP do município, S. estava com mais dois amigos, o funileiro F.E.B., 18 anos, e o vigilante R.A.F, 20, na casa da irmã de B., a balconista T.C.B., 24, quando o crime aconteceu. Segundo testemunhas, tudo indica que foi uma brincadeira de roleta russa que causou o acidente.

A Polícia Militar foi chamada ao local, mas a vítima já havia sido socorrida pelo resgate do Corpo de Bombeiros e encaminhada ao Centro Hospitalar Municipal (CHM), de Santo André, onde permanecia internada até as 19h30. S. foi atingido na região da nuca e seu estado de saúde é crítico.

De acordo com o delegado Marco Aurélio Gonçalves, que atendeu o caso, existem três possibilidades: tentativa de homicídio doloso, culposo ou até mesmo suicídio, já que o garoto era canhoto e o tiro atingiu a parte esquerda de sua nuca. Segundo declarações de B. ao delegado, a arma estava com F., principal suspeito – depois do acontecido ele fugiu –, mas ele não sabe se o revólver é dele.

A balconista T., com quem F. tem um relacionamento afetivo há quatro anos, disse que o vigilante apareceu com a arma no último fim de semana em sua casa. “Ele vendeu o carro e comprou esse revólver. Acho que ele adquiriu essa arma porque mora em um lugar perigoso e estava com medo”, afirmou. No entanto, T. disse que F. não tem inimizade com ninguém. “Ele é uma pessoa tímida e é difícil de fazer amigos, quanto mais inimigos.”

De acordo com alguns amigos de S., o garoto é uma pessoa tranqüila. “Ele gosta de todo mundo. Só pode ter sido uma brincadeira de roleta russa”, disse Nilton Nascimento Pietro Bom, 20 anos. Já para César David Halbeis Elgueta, 21, S. é um garoto calmo. “Conheço ele há mais de dois anos e nunca o vi brigar com ninguém”, disse.

A madrasta de S., R.S.S., 26 anos, afirmou que o garoto é maravilhoso. “Ele gosta de brincar com todo mundo e tem adoração pelos irmãos”, disse. A única coisa que R. não gostou foi quando S. começou a andar com uns garotos de uma rua próxima a sua casa. “Desde então, ele desvirtuou.”