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Construtora diz que desconhecia infiltrações no DER
Carolina Rodriguez
Do Diário do Grande ABC
26/03/2004 | 22:49
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A Mendes Júnior, empresa que construiu o Conjunto Habitacional do DER, em São Bernardo, disse nesta sexta ao Diário que não sabia dos problemas de infiltração apresentados pelo empreendimento. Segundo a diretoria, a empresa só tomou conhecimento do caso na quinta, ao receber a ligação da reportagem. A empreiteira realizou a obra como contratada da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), órgão do governo do Estado.

A superintendência de comunicação da CDHU informou nesta sexta que o órgão espera uma resposta da Mendes Júnior. No dia 9 de março, o secretário estadual de Habitação e presidente da CDHU, Barjas Negri, encaminhou uma notificação à construtora solicitando a recuperação do condomínio. A empresa tem 15 dias, contados a partir da data de recebimento, para responder a notificação.

O DER é o único empreendimento da CDHU construído nos moldes de projeto norte-americano, cuja estrutura está baseada em um ponto de apoio único, por onde passam as redes de água, esgoto e energia elétrica. Outra característica do condomínio é que o forro do imóvel é formado por uma placa de zinco em formato de “V”. O preenchimento da estrutura foi feito com areia e terra.

Segundo a CDHU, a construção foi aprovada por se tratar de um projeto diferenciado. Como o empreendimento apresentou problemas, o órgão notificou a construtora. A superintendência da CDHU lembrou ainda que, em 2002, ciente de que o DER precisava de uma reforma, abriu processo de licitação e contratou uma construtora para fazer a obra em nove meses.

Os moradores seriam deslocados para outras casas e os gastos com aluguel seriam pagos pelo governo. Porém, eles não aceitaram. Outra saída encontrada pelo órgão foi construir alojamentos no próprio condomínio, alternativa também recusada pelos moradores.

Custo – O coordenador do curso de Engenharia Civil da UniFEI (Centro Universitário da FEI), Kurt André Amann, defende a intervenção no conjunto, em vez da sua implosão. “Sempre é possível recuperar; o problema é o quanto isto custará”, disse.

Outra consideração feita pelo professor, no caso do empreendimento, é que o gasto com a reforma deverá ser superior à própria despesa com a construção. “O projeto, como foi feito, não é barato para as soluções, entre elas a permeabilização”, afirmou.




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