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Rapaz morre atropelado por trem em Santo André
Yara Simões e Tatiane Moreno
Especial para o Diário do Grande ABC
12/01/2005 | 13:19
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O estudante Rubens Rodrigues de Barros, 17 anos, foi atropelado por um trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na madrugada de terça-feira, quando andava pelo trilho da ferrovia. O caso ocorreu por volta da meia-noite nas proximidades da estação Utinga, em Santo André, e teria envolvido uma tentativa de assalto. Barros estava acompanhado por um primo, L.B.B., 18, morador de Itanhaém, que não se feriu.

No final da tarde de terça-feira, os primos foram até o Centro de Santo André para buscar o pagamento de Barros pelo trabalho temporário de vendedor de roupas que ele conseguiu no fim de ano. “Deixei os dois em uma passarela, em frente à loja. Naquele dia, Rubens ficaria sabendo se seria efetivado”, conta o engenheiro J.A.B, 53 anos, pai de Barros.

De acordo com a polícia, depois de saírem da loja, os estudantes teriam ido até Mauá e lá pararam em um bar para tomar cerveja. Às 22h, estranhando a demora dos rapazes, J. pediu para o outro filho, R.B., 23, ligar para o irmão. “Quando ele perguntou onde estavam, o Rubens falou que não era obrigado a dar satisfações”. De acordo com o pai, R. notou que o irmão estava bêbado.

O engenheiro e o filho mais velho foram, então, até a estação Prefeito Saladino, em Santo André, onde os jovens deveriam desembarcar. “Fiquei lá até o último trem e, quando o movimento acabou, voltei para casa. Minutos depois, o segurança da CPTM ligou do celular do meu filho para avisar que ele havia sofrido um acidente grave”, conta o pai da vítima.

Em depoimento à polícia, o primo que acompanhava Rubens disse que ambos voltavam da estação Utinga caminhando pela ferrovia quando foram surpreendidos por dois homens que saíram do matagal. A testemunha conta que os ladrões disseram que só queriam Barros, como se soubessem da existência dos R$ 14O que a vítima trazia. Por causa da passagem de um trem, L. diz que perdeu o primo de vista. Logo depois, há poucos metros de onde teria ocorrido a abordagem, o estudante L. disse que percebeu uma movimentação estranha, sem imaginar que se tratava do atropelamento do primo. Apesar da versão de assalto, nada foi levado da vítima.

O pai de Barros acredita que o filho foi atropelado depois de levar um tiro. Mas no laudo do IML (Instituto Médico-Legal) a causa da morte consta como “traumatismo craniano por acidente contundente em via férrea”. Os seguranças da CPTM acreditam que o acidente aconteceu porque os rapazes estavam alcoolizados e andavam indevidamente pelos trilhos. Para eles, não houve nenhuma tentativa de assalto. Entretanto, a equipe de segurança da empresa de trens ainda não foi ouvida pela polícia.



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