Neste domingo, na missa de um ano da morte do comerciante de 24 anos – que estava casado há seis meses e seu único filho tinha pouco mais de um mês –, a igreja Bom Jesus de Piraporinha ficou lotada. Todos usavam uma camiseta que remetia à saudade e pedia justiça. As camisetas tinham a foto do rapaz.

Segundo o pai do comerciante, Fernando Masato Komati, dez dos integrantes da quadrilha que planejou e executou o seqüestro estão presos. “Agora é aguardar que sejam julgados e condenados”, disse.

Para Komati – que teve como último contato com o filho um recado escrito no jornal do dia, pedindo para que fosse feito o pagamento do resgate porque ele não aguentava mais – leis mais duras e penas mais pesadas devem ser colocadas em prática para reduzir os índices de crimes bárbaros como o que vitimou seu filho.

Jackson foi seqüestrado no dia 2 de julho quando saía do seu supermercado no Jardim das Orquídeas, em São Bernardo. O corpo foi encontrado no início de agosto boiando na represa Billings, no bairro da Balsa, região do Riacho Grande, também em São Bernardo.

Nos primeiros contatos, os seqüestradores pediam o resgate de R$ 500 mil. A negociação chegou a R$ 100 mil, principalmente depois que a quadrilha enviou para a família uma das falanges do dedo mínimo da mão direita do comerciante.

“E não foi só essa brutalidade que meu filho sofreu enquanto esteve no cativeiro, apesar de termos feito de tudo para que voltasse para casa”, disse o pai. Ele, a mulher, os outros dois filhos, a nora e netos assistiram à celebração no primeiro banco. Na maior parte do tempo, permaneceram de mãos dadas.