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Químicos aderem à tarifa zero
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
19/03/2005 | 15:24
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Os químicos do Grande ABC seguem os passos dos metalúrgicos e dos borracheiros e entraram firme na campanha pela “tarifa zero”, ou seja, pela isenção das taxas bancárias cobradas nas contas em que são depositados os salários dos trabalhadores. O Sindicato dos Químicos (filiado à CUT) fechou acordo com a PQU (Petroquímica União) e o Unibanco para livrar os 500 funcionários da empresa das cobranças. Já há negociações em andamento com outras grandes indústrias do setor na região, como Colgate (1,5 mil trabalhadores), Basf (1,1 mil) e Solvay (500) – existem cerca de 30 mil trabalhadores da indústria química no Grande ABC.

A adesão dos químicos será acompanhada por outros sindicatos filiados à CUT. Na próxima semana, o Sindicato dos Gráficos do ABC, o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos Privados de Saúde do ABC e o Sindicato das Costureiras se reunirão com os químicos para definir uma campanha conjunta.

A articulação desses sindicatos pode aumentar para 90 mil o total de trabalhadores isentos no Grande ABC – hoje, não pagam tarifas bancárias aproximadamente 48 mil metalúrgicos de montadoras e autopeças da região. A economia anual com tarifas bancárias pode crescer em pelo menos R$ 10 milhões, elevando o total economizado na região para mais de R$ 25 milhões anuais. As tarifas podem custar cerca de R$ 325 anuais na conta de um correntista.

De acordo com os sindicalistas, os resultados obtidos pelas negociações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que deu início à campanha, vão facilitar a expansão das negociações já que os bancos estariam dispostos a conceder a isenção.

“Queremos expandir essa campanha, levando a isenção para o maior número possível de trabalhadores na região. O caminho aberto pelos metalúrgicos com certeza irá facilitar nossas negociações, mas teremos de adaptar estratégias para realidades diferentes, podendo inclusive negociar com mais de uma empresa ao mesmo tempo”, afirma Paulo Lage, presidente do Sindicato dos Químicos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Saúde Privada, Valdir Tadeu David, também aponta a tendência de negociação mais ampla. “Muitos empresários gostaram da idéia da isenção de tarifas para seus funcionários, mas não querem se envolver diretamente na negociação. Acredito que se negociarmos o benefício diretamente com os bancos conseguiremos abranger um número maior de empresas possível em uma mesma negociação”, afirma.

Outros dois sindicatos da região, filiados à Força Sindical, também buscam “engrossar” o contingente de trabalhadores isentos: o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, representando cerca de 20 mil trabalhadores, e o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Borracha da Grande São Paulo, que representa 7 mil trabalhadores no Grande ABC.

Hoje, apenas os trabalhadores de grandes montadoras – Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz, Scania e GM – e autopeças, como Arteb, Makita, Mahle Metal Leve, Federal Mogul estão isentos. No último dia 8, a CUT e a Força Sindical lançaram uma campanha nacional pela isenção de tarifas bancárias entre trabalhadores de diferentes categorias.




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