Inquérito evidencia baixa prevalência; pesquisa mostra que responsáveis não desejam mandar estudantes para escola
A Prefeitura de Santo André divulgou os resultados da primeira fase do inquérito epidemiológico realizado com a comunidade educacional e que vai balizar as decisões sobre possível retomada do ensino presencial. Segundo o levantamento, apenas 3,72% dos 1.762 estudantes das redes pública e privada testados tiveram contato com o coronavírus. Já entre os profissionais que atuam nas escolas, a prevalência foi ainda menor, de 3,44%, de um público formado por 5.291 trabalhadores.
O inquérito segue em andamento com a segunda fase, que vai incluir estudantes da rede estadual e termina no dia 30. Ainda está prevista uma terceira etapa, com testes aplicados em professores e outros profissionais que atuam diretamente com os alunos, com prazo de conclusão em 13 de novembro.
Em paralelo ao estudo, a Prefeitura divulgou também nova pesquisa realizada com os responsáveis pelos alunos que questionou se eles enviariam os estudantes para a escola caso as aulas presenciais fossem retomadas hoje. Entre as 20.731 pessoas que responderam ao questionário, 78% disseram que não mandariam os filhos para a escola – veja na arte ao lado. O número é um pouco menor do obtido na primeira pesquisa, realizada no fim de julho, que teve 94% de respostas negativas.
O resultado desmembrado do estudo evidencia que, dos responsáveis por alunos matriculados nas creches municipais, 72% não enviariam os filhos neste momento, enquanto que nas Emeiefs (Escolas Municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental) a negativa foi de 80%. O resultado mais apertado foi entre os CPFPs (Centros Públicos de Formação Profissional) com 63% decidindo por não retomar as atividades presenciais.
O prefeito Paulo Serra (PSDB) comentou os resultados do inquérito e da pesquisa com os responsáveis em transmissão ao vivo nas redes sociais. Segundo o tucano, por mais que a vontade seja de retomar as aulas, a baixa prevalência do vírus na comunidade escolar, somada ao desejo dos país, torna a medida inviável.
“Todas as nossas decisões tiveram como prioridade a proteção das pessoas, a manutenção e a preservação da vida. Por estes números (do inquérito), somados aos da pesquisa com os pais, não temos segurança, ainda, para determinar o retorno das aulas presenciais. Entendo as críticas que vamos sofrer, entendo as pessoas que precisam deixar os filhos nas escolas, também entendo o lado dos mantenedores, dos proprietários de escolas privadas, que precisam sobreviver. Estamos avaliando alternativas para que isso não vire para 2021, alternativas não só financeiras, mas algo que a gente consiga pensar em novas oportunidades para não ser um ano completamente perdido. Mas, lamentavelmente, pela segurança das crianças, dos professores, dos mantenedores e das próprias famílias, não temos condição de liberar as aulas”, decretou Serra.
O chefe do Executivo, porém, evitou cravar que a decisão é definitiva. “Pode mudar. A gente se baseia na saúde, por dados concretos. Conversei com muitos epidemiologistas e médicos sobre o que está acontecendo na Europa e no Brasil e essa é a conclusão mais segura que podemos ter neste momento”, finalizou.
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