Setecidades Titulo
Comoção marca enterro de estudante
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
18/02/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


Cerca de 100 pessoas lotaram ontem à tarde o Cemitério Vila Pires, em Santo André, para acompanhar o sepultamento da estudante Mariane Fantini, 15 anos. Entre os grupos de parentes e amigos, desolados com o trágico e precoce fim da menina, muitos colegas da Escola Estadual Doutor Américo Brasiliense, tão jovens quanto a amiga, se uniram para prestar homenagens.

Os colegas de sala choravam de maneira incontida. Às voltas entre longos abraços apertados e tentativas de consolar-se uns aos outros, os jovens mais próximos a Mariane a descreveram como uma garota bastante calma, fã de música eletrônica e aficionada por fotografia.

Sempre disposta a ouvir os que precisavam de um conselho e requisitada para tranquilizar aqueles que passavam por problemas, Mariane fez uma de suas mais antigas amigas sugerir que a jovem desejava um dia cursar Psicologia, mas as palavras faltaram quando tentou explicar. "Não sei o que falar dela", disse emocionada Maria Elizabeth, que conhecia Mariane há 10 anos.

"Ela era querida por todos, basta ver quantas pessoas estão aqui", disse uma colega de sala correndo a vista pelas pessoas que lotavam a sala do velório e a calçada em frente ao cemitério na ensolarada tarde de ontem.

Vitor, primo de Mariane que se envolveu na briga na porta do colégio na manhã da véspera, não acompanhou o enterro. Segundo testemunhas, o garoto foi ao velório, mas teria passado mal e foi levado do local pela família.

A mãe da jovem, Rosimeire, precisou ser amparada por parentes durante o velório e o sepultamento. Inconformada com a morte da filha, abraçada ao marido, chegou a pedir que Mariane, que tem outras duas irmãs menores, acordasse e se lembrou do último contato que tivera com a menina, antes dela ir para o primeiro dia de aula.

Alguns amigos deixaram recados póstumos no Orkut de Mariane (veja quadro ao lado).

SAÍDA - As aulas na Escola Estadual Doutor Américo Brasiliense foram realizadas normalmente ontem. Na frente da instituição, da mais alta janela, um longo tecido preto se estendia até a altura da porta do saguão de entrada, em luto pela morte de Mariane.

Alguns dos melhores amigos da estudante nem mesmo assistiram as aulas. No horário da saída, 24 horas após a morte da jovem, os alunos que deixavam os portões ainda contavam como a confusão havia acontecido e nenhuma viatura da polícia foi vista fazendo ronda nas imediações da Praça 4º Centenário.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;