“Além de mostrar as canções tradicionais, como Saudosa Maloca, Samba do Arnesto, Iracema e Trem das Onze, vamos tocar algumas composições mais recentes, compostas pelos integrantes da banda”, afirma o violonista Sydnei Claudio Thomassi, mais conhecido entre os Demônios como Simbad.

O jogo de vozes e o jeito de tocar continuam sendo os mesmos difundidos ao longo de gerações. “Nossa música é uma coisa que passa de pai para filho. Tem criança de cinco, seis anos que pára na frente do palco e canta tudo. O pai vem até mostrar o filho para a gente”, diz.

O Demônios da Garoa contemporâneo é ainda popular, mas não tem de forma tão marcante aquele linguajar do pobre e descendente de imigrantes que caracterizava a cultura da periferia paulistana em meados do século passado.

“Nosso jeito de tocar ainda é o mesmo, e às vezes usamos a língua portuguesa errada como licença poética”, diz Simbad. Os temas, porém, são outros. “O Ventura Ramirez (violão de sete cordas) tem uma música que se chama Dona da Razão, que resgata o romantismo. Já as do Canhotinho (cavaquinho) normalmente falam do cavaquinho, de coisas como afogar as mágoas tocando o instrumento”, afirma.

Músicas antigas e novas devem integrar o próximo CD dos Demônios da Garoa, gravado ao vivo em outubro do ano passado, no Sesc Pompéia, e previsto para sair no final do próximo mês.

Toninho, o único remanescente da formação original dos Demônios, não deve comparecer neste sábado. Mas não haverá um substituto. O integrante Sérgio Rosa é quem fará, em seu lugar, a voz principal, além de tocar pandeiro.

Demônios da Garoa – Show. Neste sábado, às 20h. No Teatro Municipal de Santo André – Paço Municipal, s/nº. Tel.: 4433-0789. Ingr.: R$ 30 e R$ 15 (venda antecipada e para assinantes do Diário, com desconto válido para mais um acompanhante.