Um das entidades artísticas mais tradicionais de São Paulo, a Cooperativa Paulista de Teatro ganha sua primeira biografia. Será lançado amanhã, na sala de leitura do Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195. Tel.: 3095-9400) o livro 30 Anos da Cooperativa Paulista de Teatro: Uma História de Tantos (ou Mais Quantos, Sempre Juntos) Trabalhadores Fazedores de Teatro. O evento começa às 19h30 e a entrada é franca.

Ao longo da noite, convidados especiais e antigos integrantes da diretoria falarão sobre as três décadas de atividades da Cooperativa. Entre eles, está o ator Paulo Betti, um dos fundadores da instituição.

"Quase não havia registro de informações históricas sobre o projeto. O material que juntamos não é apenas do livro, mas de toda a história do teatro paulista e paulistano", diz o historiador Alexandre Mate, autor da obra.

Convidado para ser o responsável pela publicação, Mate teve apenas três meses para fazer as 15 entrevistas necessárias para essa primeira versão. Entre as conversas - que renderam mais de 150 páginas - estão relatos dos atores Paulo Betti, um de seus fundadores, Luiz Amorim, ex-presidente da organização, e Ney Piacentini, atual presidente.

O legado em relação à visão coletiva artística é um dos principais pontos abordados no texto. Segundo Piacentini, "A nossa grande luta, que ainda continua, é inverter o pensamento individualista das pessoas. Buscamos criar um diálogo entre o coletivo e o indivíduo para o bem comum das artes".

Alguns textos escritos por integrantes de grupos pertencentes à Cooperativa, representantes de outras entidades artísticas e de atores e diretores que tiveram sua carreira marcada pelo projeto complementam a publicação.

O pouco material fotográfico apresentado pertence ao acervo pessoal dos entrevistados. Para manter o tema lúdico adotado pelo autor, o ilustrador Toni D'Agostinho fez alguns desenhos que estão distribuídos pelas 185 páginas do livro.

O lançamento de 30 Anos da Cooperativa Paulista de Teatro marca o início de uma recuperação da memória artística do Estado. "Com o livro publicado, novos materiais virão à tona. A ideia é reconstruir aos poucos parte da cultura de São Paulo", explica Mate.