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Mauá notifica famílias para saírem de terreno no Centro
Renata Gonçalez
Do Diário do Grande ABC
31/03/2004 | 21:55
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Quatro famílias do conjunto de 12 casas que margeia a estação ferroviária central de Mauá – habitadas por operadores e ex-funcionários da RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A) – foram notificadas pela Prefeitura, nesta quarta pela manhã, para desocupar “com urgência” os imóveis, em função das obras que serão executadas na rodoviária do município. Mesmo após uma reunião na Secretaria de Habitação, os moradores alegam que, apesar da notificação, a Prefeitura ainda não providenciou novas moradias de mesmo padrão das que serão demolidas, condição prevista no acordo de concessão do terreno da Rede à Prefeitura.

“Fomos pegos de surpresa. Acho que eles (a Prefeitura) estão colocando o carro na frente dos bois, porque querem acelerar as obras”, afirmou o encarregado de manutenção José Noel dos Santos, 53 anos, que há 28 mora em uma das casas a serem demolidas.

Para a dona de casa Fátima Aparecida Vicente dos Santos, 50, mulher do encarregado, a nova moradia tem de ser no Centro de Mauá. “Temos toda uma vida organizada por aqui, com escola dos filhos próxima. Não dá para mudar assim, de repente.”

As intervenções nesta parte do terminal rodoviário no Centro, na rua Rio Branco, foram iniciadas na terça, com a demolição do muro que separava o terreno da RFFSA da área pública. Na outra parte do terminal, na avenida Capitão João, as reformas acontecem desde novembro. Além da rodoviária, o projeto prevê a construção de calçadão, bulevar, biblioteca e praça.

A demolição do muro foi comunicada à administração da RFFSA pelos moradores notificados. “Nosso contrato de permissão com a Rede Ferroviária diz que temos de zelar pelo patrimônio da empresa, mas sem o muro nossa responsabilidade fica comprometida”, disse a moradora Ana Virgínia Goulart Silva, 52 anos, que é casada com um funcionário aposentado da Rede.

Superintendente da RFFSA, Fábio Aguiar Menezes voltou a dizer nesta quarta que só vai autorizar a saída efetiva dos moradores quando a Prefeitura providenciar novas moradias para eles. “Este é um compromisso que tenho com o Cláudio (secretário de Habitação de Mauá, Cláudio Scalli). Nem que para isso a obra da Prefeitura atrase.”

Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Mauá informou que a questão de cada um dos moradores está sendo avaliada individualmente, e que não há um prazo para a saída das famílias do local. Porém, a negociação, que “ainda está em fase de conversa”, não prevê que as novas moradias fiquem no Centro, como exigem os moradores.




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