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Apenas a arte de Simonal
Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
26/11/2009 | 07:05
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Wilson Simonal, um cantor deslumbrado com o estrelato e dedo-duro a serviço do regime militar. Não é esse exatamente o artista celebrado no show Simoninha e Max de Castro - Homenagem a Wilson Simonal, sábado, às 20h, no Sesc Santo André.

"Este é o ano de redescobrir Simonal. É a oportunidade de reescrever a história de maneira correta", diz Simoninha, que sobe ao palco com o irmão para cantar as músicas do pai. Morto em 2001, Simonal já havia sido enterrado artisticamente quase 30 anos antes, por conta de um caso que lhe custou a fama de informante do Dops. Em vida, não conseguiu provar o contrário.

No show em Santo André, os irmãos interpretam canções como Marina, Na Galha do Cajueiro e Vesti Azul. Músicas que acabam de voltar às lojas em caixa de CDs que reúne 12 discos da carreira de Simonal.

Este relançamento da EMI reforça o tal ‘ano da redescoberta' juntando-se ao documentário Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei e à biografia Nem Vem que Não Tem - A Vida e o Veneno de Wilson Simonal, escrita por Ricardo Alexandre. Além disso, será lançado neste fim de semana o CD e DVD Baile do Simonal, gravação de show com 18 artistas - entre eles Caetano Veloso, Samuel Rosa, Maria Rita, Marcelo D2, Frejat e Exaltasamba - produzido por Max e Simoninha.

NEGRO
A apresentação no Sesc integra também a programação que celebra o mês da Consciência Negra. "Simonal foi o primeiro popstar negro e mostrou que era possível vencer, mesmo para quem nasceu pobre, negro e sem chance de estudar", diz Max.

Sobre o tema, o repertório prevê a canção Tributo a Martin Luther King, que aborda a luta do negro.

Para Max de Castro, o resgate da obra do pai é um sinal de mudança. "Seu valor artístico realmente começa a ter importância", afirma. O irmão entende que Simonal poderia ter contribuído muito mais. "Infelizmente ele cometeu erros, mas pagou um preço descabido. Penso que quem perdeu mais não fui eu como filho, mas sim a cultura brasileira", diz Simoninha.

De qualquer forma, o legado está aí para ser revivido ou descoberto. "O mais legal é que existe o público do Simonal curtindo o momento e uma nova geração, vendo sua obra como algo novo", observa Simoninha.

Simoninha e Max de Castro - Homenagem a Wilson Simonal Show. Sábado, às 20h. No Sesc Santo André (Espaço de Eventos) - Rua Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1200. Ingr.: de R$ 5 a R$ 20.




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