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Gripe suína pode atingir 25% dos brasileiros
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
27/07/2009 | 07:00
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O infectologista David Uip, diretor do Instituto Emílio Ribas, na Capital, tranquiliza a população em relação à pandemia de gripe suína e diz que não se pode desacreditar toda a rede de atendimento por conta de casos isolados. Mas, apesar da análise serena, não esconde também as dificuldades que se tem encontrado na tentativa de diminuir os danos causados pelo Influenza A (H1N1).

Não há mais como impedir a transmissão sustentada. Idealizada em um primeiro momento, a contenção no número de casos não existe mais. "Agora é redução de danos. Tentaremos diminuir os números de complicações e as mortes", explica o infectologista.

A expectativa é de que a doença atinja nos próximos meses entre 15% e 25% da população brasileira - de 30 milhões a 50 milhões de pessoas.

A forma como a gripe tem sido divulgada na imprensa também é criticada por Uip. As primeiras mortes e a impossibilidade de se contar a quantidade exata de casos joga toda a atenção apenas para o número total de óbitos. "Passa para a população algo maior do que é de fato. Não estamos mais falando de porcentagem, de taxa de letalidade", explica.

O H1N1 é novo e desconhecido, uma tremenda "encrenca" nas palavras do infectologista, que diz também estar esgotado na tentativa de auxiliar no controle da situação. "Muitas vezes, precisamos tomar uma decisão entre duas hipóteses corretas. Decidir entre o certo e errado é fácil, evidente. Mas decidir entre duas corretas é bem mais complicado."

Apesar das dificuldades, Uip defende a atuação das autoridades sanitárias em relação às medidas que têm sido tomadas para minimizar os danos da gripe suína. "Todo o projeto está desenhado e estruturado com competência. Temos poucas mortes em comparação com os países vizinhos. Mas sistema perfeito não existe", ressalta.

O Brasil não está sozinho e a preocupação em relação ao H1N1 é mundial. O vírus já se espalhou por mais de 160 países desde que foi notificado. Não é possível prever se haverá ou não mutação. "Ninguém sabe o tamanho do que vem, mas se tivermos dificuldades, os outros países também terão", lembra Uip.

Sobre o Grande ABC, o infectologista diz que os riscos de se contrair o vírus são idênticos aos de outras partes do País. Em relação à estrutura de atendimento, Uip vê a região com redes pública e privada de boa conduta, e cita o Hospital Mário Covas, em Santo André, e o Hospital de Emergência Albert Sabin, em São Caetano, como bons exemplos.




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