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Tem perna curta
e bate um bolão
Dérek Bittencourt
Marco Borba
01/04/2011 | 07:30
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Hoje, 1º de abril, é considerado o Dia da Mentira. Muitos dizem que os políticos são os maiores detentores do título de mentirosos, mas os jogadores de futebol não ficam muito atrás. Seja para contar vantagem sobre um companheiro, para não treinar ou justificar um atraso ou falta, a lorota é corriqueira entre os atletas. Tanto que algumas histórias são consideradas irreais.

O técnico do Santo André, Sandro Gaúcho, revelou que já buscou meios de justificar faltas e atrasos, bem como ouviu muito dos comandados utilizarem do mesmo artifício. "Já escutei vários jogadores matarem avós, tias, mães. Eu mesmo, quando era mais novo, dava essas desculpas para não treinar, mas na época eu não tinha responsabilidade."

Sul-matogrossense, o atacante William, do Santo André, lembrou de algumas histórias um tanto quanto duvidosas. "Contam que estavam jogando em um campo de grama alta, quase na altura do joelho. Era um domingo, ao entardecer. Num determinado momento, um lateral barrigudo foi lançado e conseguiu chegar na bola. Quando cruzou, ouviu-se um grito. O lance continuou, o goleiro defendeu e quando repôs a bola, na verdade era um porquinho que saiu correndo", disse o jogador.

O volante argentino Mario Jara, do Ramalhão, não conhecia o Dia da Mentira. Mas como tal artifício é universal, contou uma que presenciou recentemente no Brasil. "Um companheiro falou que havia ficado com uma menina, com quem jantou e tal. Mas quando foi falar com ela, a menina falou que nem o conhecia. Ele deu uma de Brad Pitt, mas acabou ficando azul."

No São Caetano, o técnico Ademir Fonseca vai direito ao ponto para falar dos "Pinóquios" que encontrou dentro e fora dos gramados. "Futebol é feito de mentiras", disparou.

Fonseca afirma já ter perdido amizade por causa da mentira. "Um empresário que eu nem conhecia me indiciou para treinar o América (RN). Dias depois um outro, que era meu amigo, me procurou dizendo que ele tinha feito a indicação. Consultei um dirigente do clube e ele me disse que o primeiro me recomendou. Esse que eu achava que era amigo queria era tirar dinheiro de mim, porque no mercado eles cobram 10% do salário da gente. Desmascarei ele e nunca mais nos falamos", disse, sem revelar o personagem.

Novos Pelés, sonecas, obras superfaturadas e outras histórias

De tempos em tempos surge um novo Pelé. Se o dirigente jura de pés juntos que o técnico está prestigiado, ele pode deixar as malas prontas e começar a procurar um novo emprego. A bola, por mais perfeita que seja, sempre é a culpada quando o atacante desperdiça o gol mais feito do ano ou na ocasião do frango vergonhoso sofrido pelo goleiro.

Pequenas mentiras que fazem parte do mundo do futebol e que acabam entrando para o folclore do esporte. Romário nunca gostou de treinar, mas sempre foi acobertado pelos dirigentes dos clubes em que passou. A soneca do Baixinho no departamento médico - principalmente do Vasco e Flamengo - ganhava o nome de tratamento médico.

Nos velhos tempos, Nilton Santos ajudava Garrincha a enganar o psicólogo da Seleção para que o anjo das pernas tortas pudesse ganhar condição de jogo e encantar o mundo com seus malabarismos de outro planeta.

Mas existem mentiras mais nocivas no mundo esportivo. As obras do Pan do Rio de Janeiro, superfaturadas ao extremo, ludibriaram o povo brasileiro, que teme ver o mesmo enredo na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016.

O Grande ABC também é pródigo em factoides esportivos que surgiram com força, mas nunca se confirmaram. Na arte acima, sete (não é o conto do mentiroso?) deles estão relacionados. (Nilton Valentim)




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