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'Prenda-me se for Capaz' traz nova fase de Spielberg
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
19/02/2003 | 18:08
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O novo filme de Steven Spielberg chega nesta quinta aos cinemas da região em sessões de pré-estréia. Prenda-me se for Capaz (Catch me if You Can, EUA, 2003), cuja fotografia e direção de arte são impecáveis, confirma que a assinatura do diretor norte-americano tornou-se uma espécie de grife de cinema, um atestado de qualidade. O longa, uma comédia dramática, encerra uma fase de Spielberg ligada à ficção científica. Suas duas últimas produções – Minority Report – A Nova Lei, com Tom Cruise, e A.I. – Inteligência Artificial, com Haley Joel Osment – são futuristas, mas não tão charmosas.

Prenda-me se for Capaz se passa na década de 60. A história é fantástica e torna-se ainda mais interessante por ser baseada em fatos reais da vida de um adolescente de 17 anos chamado Frank Abagnale Jr. O longa é uma adaptação da autobiografia do personagem, que virou best-seller. Frank (Leonardo DiCaprio) cresce numa típica família de classe média dos Estados Unidos. Na seqüência inicial, seu pai (Chistopher Walken, indicado ao Oscar de ator coadjuvante) recebe um prêmio do Rotary local. Mas sua vida não tem glamour. Pelo contrário, o pai está atolado em dívidas e a mãe, a francesa Paula (Nathalie Baye), é adúltera.

Um casamento assim só poderia acabar em divórcio e Frank é obrigado a escolher com quem vai morar. Prefere sair de casa. É Spielberg mais uma vez tratando da separação de casais e de como ela afeta os filhos. Segundo ele, Frank cresceu de forma singular, mas isso não teria acontecido sem o divórcio que o afetou profundamente. E as semelhanças com o diretor não são mera coincidência.

Frank, então com 17 anos, precisa pagar suas contas. Ele descobre que, trajando um uniforme de piloto, pode descontar cheques-salário falsos em companhias aéreas – e, melhor, viajar pelos Estados Unidos de graça. Esse é apenas o primeiro de seus muitos delitos, todos cometidos entre os 17 e 19 anos.

Mas um persistente agente do FBI, Carl Hanratty (Tom Hanks) está na sua cola. Ele chega a surpreender Frank num quarto de hotel. É uma das melhores passagens de Prenda-me se for Capaz. O adolescente engana Hanratty, fazendo-se passar por um investigador da polícia. Depois de fugir, Frank decide mudar de área para despistá-lo. Escolhe a medicina quando se apaixona por uma enfermeira, Brenda (Amy Adams). Falsifica o diploma de doutor, inventa um currículo extenso e arruma emprego como chefe dos plantonistas de um hospital.

Não será sua última ocupação até ser preso, na França. Antes, ele passa a trabalhar como advogado do promotor Roger Strong (Martin Sheen), pai de Brenda, de quem ficou noivo. Hanratty, no entanto, não o deixará em paz. A trilha sonora, assinada por John Williams, foi indicada ao Oscar. Além da deliciosa música-tema, destaque para The Girl from Ipanema, de Tom Jobim e Stan Getz.




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