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ONG contesta Estação Elevatória no Eldorado
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
02/04/2004 | 21:20
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  A Estação Elevatória de Esgoto do Eldorado, que será inaugurada domingo em Diadema, é assunto de uma representação ao Ministério Público entregue nesta sexta pelo Movimento de Defesa da Vida do Grande ABC.

A ONG (Organização Não-Governamental) propõe um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre promotoria, Prefeitura e moradores da área de proteção de mananciais para a construção de uma estação de tratamento de esgoto no bairro. O grupo propõe substituir a construção de miniestações elevatórias por estações de tratamento.

A nova elevatória custou R$ 5 milhões e irá jogar sem qualquer tipo de tratamento 70% do esgoto do Eldorado nas águas do ribeirão dos Couros. Do Couros, o esgoto chegará ao ribeirão dos Meninos, daí ao Tamanduateí e ao rio Tietê. Outras duas miniestações serão erguidas em julho na Vila Paulina e na Praia Vermelha com a mesma finalidade, usando também o Couros como ponto de descarga.

A Sabesp não tem previsão para a construção de uma rede coletora para levar o esgoto proveniente da estação elevatória à ETE-ABC (Estação de Tratamento de Esgoto), na margem paulistana do ribeirão dos Meninos, na divisa com São Caetano. Segundo informou a assessoria de imprensa da Sabesp, a obra não consta do planejamento da segunda fase do projeto de despoluição do Tietê.

A falta de perspectiva para a despoluição do Couros levou o MDV a entrar nesta sexta com a representação, segundo o presidente da entidade, Virgílio Alcides de Farias. Para ele, o dano ambiental causado ao Couros seria reduzido com a construção de uma estação de tratamento no próprio bairro. “Seria um negócio da China. Nossa proposta é que se firme um TAC nos mesmos moldes do que foi assinado com os moradores do Jardim Canaã, em São Bernardo. Lá, a comunidade paga pelas obras da estação e, em troca, faz a compensação ambiental”, afirmou. "A produção (água de reúso) ainda poderia ser utilizada pela Prefeitura ou vendida”.

Na verdade, a cobrança ainda não começou no bairro e no Jardim Las Vegas, também incluído no acordo, e a estação nem sequer começou a ser construída. Nesses moldes, há uma estação funcionando há um ano no Jardim dos Pinheiros.

Nesta sexta, o Diário não conseguiu localizar a promotora do Meio Ambiente de Diadema, Cristina Hodas. A Saned (Companhia de Saneamento de Diadema), responsável pela obra, não se manifestou sobre o assunto. “Na segunda-feira, irei procurar a promotora para ver há uma definição sobre o assunto”, disse Farias.

Billings – A intenção inicial da Saned era afastar da represa Billings o esgoto do bairro do Eldorado. A partir de domingo, o reservatório deixará de receber o esgoto dos 60 mil moradores da região – índice que equivale a 85 litros por segundo, ou 3,5% do total de poluição orgânica que chega ao reservatório.

Até que as obras do coletor-tronco no ribeirão sejam finalizadas, o Couros vai receber in natura todos os dejetos produzidos pelo bairro.




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