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Orquídea com 120 flores enfeita casa em Santo André
Christiano Carvalho
Do Diário do Grande ABC
01/12/2001 | 16:04
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No modesto quintal da casa de dona Salua Nasser Bartoli, 82 anos, encravado em meio ao caos urbano, esconde-se um pequeno tesouro – pelo menos para os amantes da natureza. Uma orquídea selvagem com nada menos que 120 flores atrai a atenção na casa do cruzamento das ruas Tamoios e Tancredo do Amaral, na Vila Alzira, em Santo André. Um recorde alcançado nesta primavera pela planta, que está há mais de 15 anos sob os cuidados da comerciante aposentada, mas que nunca esteve tão florida.

Na verdade, o cuidado dispensado à orquídea se resume a “bastante amor”, como ela define. “Não faço nada. É só o tempo. Nem água ponho porque é planta do mato”, diz, com muita simpatia. As flores, nos tradicionais tons de lilás, dão um colorido especial a seu quintal.

O exemplar foi trazido pelo irmão de dona Salua, o “negociador” Luis Nasser, já falecido. “Ele caçava no mato e um dia trouxe a muda.” Luis amarrou a planta junto ao pé de orvalha que fica no canto do quintal e dali não saiu. Das 120 flores da orquídea, 15 já caíram e dez botões estão prontos para desabrochar. “É o primeiro ano que deu tanto assim. No ano passado foram 76 flores”, diz a aposentada.

Sua filha, a comerciante Neli Nasser Bartoli de Ângelo, 54, é a responsável por contar cada uma das flores. “É que já não enxergo muito bem”, justifica Salua, que segura os finos galhos da orquídea para facilitar a contagem, trabalho que exige muita paciência.

O fato de uma orquídea selvagem ter se adaptado tão bem à cidade é motivo de orgulho. Ela não esconde a paixão pelas plantas. “Olha o meu quintal”, diz, ao mostrar as diferentes espécies de plantas espalhadas, como uma cerejeira. “Dá cada cerejinha perfeitinha.” Com os frutos da orvalha, aliás, a hospitaleira aposentada, com a autoridade de quem já comandou uma lanchonente, prepara uma pinga, servida como aperitivo.




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