Após transplante de fígado, são-bernardense precisa tomar tacrolimo, que sumiu das farmácias mantidas pelo Estado
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A falta de medicamentos nas farmácias de alto custo na região é algo que incomoda os moradores há muito tempo. Pelo menos desde 2011 o Diário publica reportagens recorrentes sobre o tema, que coloca em risco a saúde de parte da população que precisa das medicações para tratamento. Este é o caso do aposentado Serge Rene Vandevelde, 80 anos, morador do bairro Assunção, em São Bernardo, que diz correr risco de morte se não tomar regularmente o tacrolimo 1 mg – remédio usado após transplante de fígado.
Segundo o aposentado, o medicamento está em falta. “Preciso desse remédio, caso contrário começa a rejeição do meu tratamento. Não é de hoje que sofro com a falta do medicamento. Quanto retirava no (Hospital) Mário Covas (em Santo André) era o mesmo problema”, declara Vandevelde, que hoje retira o remédio na farmácia de alto custo de São Bernardo.
O idoso faz uso da substância há dez anos, desde quando foi submetido a transplante de fígado e garante que todos os meses enfrenta problema para ter acesso ao medicamento. Ele toma dois comprimidos por dia e, mesmo que pudesse, não consegue comprar a substância em farmácias convencionais porque a venda é proibida no Brasil. A solução passa pelo envio do remédio pelo filho, que mora na Bélgica. “Não consigo comprar em farmácia, pois a venda é proibida. No Exterior eles têm acesso a esse remédio também gratuitamente, mas acho que não têm esse problema dos atrasos”, observa.
Vandevelde explica que há pelo menos nove dias o remédio está em falta na farmácia e sem previsão para chegar. “Eu ligo eles não sabem informar, até porque, isso é função do Estado. Quando vou até lá é um perigo a mais para minha saúde, pois sou transplantado e idoso, já estou no grupo de risco do novo coronavírus”, comenta.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que recebeu quantidade parcial do lote que solicitou ao Ministério da Saúde e, nesta semana, está reabastecendo as farmácias da região.
O Ministério da Saúde informou ao Diário que abriu novos processos aquisitivos para suprir a rede, “frente a interrupção do fornecmento pelo laboratório”. A pasta ainda destaca que está em tratativas compra em caráter de urgência. “Sobre o tacrolimo 1 mg, o laboratório informou que fará novas entregas no fim do mês. Para o medicamento tacrolimo 5 mg, a previsão é de que a próxima remessa esteja disponível até o início de junho”, finaliza.
A Prefeitura de São Bernardo destacou que recebeu, na última semana, um lote do medicamento para os próximos 15 dias e que envia, semanalmente, lista da quantidade de medicamento em estoque e dos que faltam na unidade.
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