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Polícia prende acusados de impor 'toque de recolher' em SBC
Kléber Werneck
Da Redaçao
20/08/2000 | 21:40
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Dois supostos integrantes da quadrilha que ordenou o toque de recolher ao comércio da rua Humberto de Alencar Castelo Branco, na Vila Ferreira, em Sao Bernardo, na última terça-feira, foram presos na madrugada de domingo pelo Denarc (Delegacia de Narcóticos) de Sao Paulo. O "gerente do tráfico na favela" - como definiu a polícia -, Marcilon Barboza dos Santos, 27 anos, conhecido como Bahia, foi detido em Diadema, após os investigadores prenderam Roberto Pontes Luppi, 21, o Betinho, vendendo drogas na praça José Fortuna, na Vila Ferreira.

O secretário de Segurança Pública do Estado, Marco Vinicio Petreluzzi, declarou oficialmente domingo que a polícia acredita que a quadrilha que atua na Vila Ferreira é comandada por Edival Ferreira Lima, o Ceará, 26 anos - como o Diário vinha noticiando desde quarta-feira. Petreluzzi disse que a polícia espera prendê-los nos próximos dias e afirmou que as operaçoes irao continuar na Vila Ferreira.

"Já chegamos ao fio da meada. Agora acreditamos que o resto será mais fácil", disse o secretário. Ele reafirmou que a prisao da quadrilha continua sendo "questao de honra" para a polícia. "Eles (assaltantes) desafiaram a polícia, e nós aceitamos o desafio", disse.

Segundo a polícia, a prisao dos dois supostos integrantes da quadrilha foi feita após uma ligaçao anônima ao Denarc, que denunciava o tráfico de drogas na praça José Fortuna, na Vila Ferreira. Policiais à paisana foram ao local e encontraram Betinho, que estava sentado em um banco. Eles disseram que queriam comprar maconha e foram informados pelo acusado de que custaria R$ 10.

Os policiais deram uma nota falsa, cuja numeraçao estava anotada, a Betinho. Ele saiu do local e voltou algum tempo depois, dizendo que os "clientes" teriam de esperar cerca de 30 minutos para receber a droga. Os policiais, entao, o indagaram sobre o motivo da demora.

"Ele (Betinho) falou que o seu patrao, o Ceará, havia fechado o comércio por causa da morte de um mano (Wagner José da Silva, 18 anos, o Juca) e que o local estava sujo", afirmou o diretor do Denarc, Ubiracy Pires da Silva.

Algum tempo depois, Betinho se afastou da praça e voltou com a maconha, sendo preso pelos policias. Os feirantes E.T.J. e F.S.P., ambos de 19 anos, também estam no local para comprar maconha e foram detidos como usuários. Pressionado, Betinho confessou que a droga era proveniente de Diadema.

Os policiais se dirigiram ao endereço fornecido por ele - na travessa Juruna - e um dos investigadores foi à residência do outro acusado. Lá, ele foi atendido pelo próprio Bahia e comprou cinco papelotes de cocaína, com uma nota de R$ 50 também falsa.

A equipe do Denarc voltou ao local algum tempo depois e prendeu Bahia. Os policiais também encontraram 20 papelotes de cocaína, 25 de crack e uma porçao de maconha. No local também estava a nota falsa de R$ 10 que foi dada a Betinho. A cédula de R$ 50 foi encontrada no caixa de um bar localizado próximo à travessa. O proprietário do estabelecimento, D.R.D., afirmou à polícia que, devido à grande rotatividade de clientes, nao saberia informar quem lhe deu o dinheiro.




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