A Polícia Civil de Mauá prendeu quarta-feira à tarde, no Jardim Primavera, um homem-bomba. O garoto, de 16 anos, escondia dentro de sua casa quatro artefatos, todos de fabricação caseira. A pólvora era armazenada em frascos de perfume e uma lata de cerveja. Para potencializar o poder dos explosivos, pregos foram acrescentados aos recipientes. O adolescente não tem passagens pela Febem (Fundação do Bem-Estar do Menor), mas a polícia não descarta seu envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e acredita que as bombas poderiam ser utilizadas em futuros ataques.

Além dos explosivos, os investigadores do 2º DP de Mauá – que coordenaram a operação – encontraram ainda farta quantidade de drogas e munição para fuzil calibre 762. O material estava dentro de duas mochilas, escondidas atrás de um sofá da casa onde garoto morava – edícula formada por quarto e banheiro alugada havia um mês na rua das Avencas. À primeira vista, um local acima de qualquer suspeita.

Os policiais chegaram ao local após terem recebido uma denúncia. Fizeram campana em frente da casa e viram o adolescente passando pelo portão. Ele foi abordado e não reagiu à prisão. Na cintura, trazia em uma pochete parte da droga que provavelmente seria vendida nas ruas.

Dentro da edícula, foram encontradas 999 porções de crack, 303 trouxinhas de maconha e 309 papelotes de cocaína. O volume de drogas está avaliado em R$ 9,6 mil. Em seu depoimento, o adolescente afirmou que não tem nenhuma ligação com o PCC. Garantiu que agia sozinho e que as drogas foram trazidas por ele de uma viagem à Bolívia.

A versão não convenceu a polícia. Para os investigadores que cuidam do caso, a edícula onde o adolescente morava era utilizada como base de operações para uma quadrilha que atua no Jardim Primavera. O bairro entrou recentemente no circuito do tráfico de drogas do Grande ABC, O mocó, como esse tipo de local é chamado pelos criminosos, serve como uma espécie de depósito onde é armazenado todos os pertences da suposta quadrilha.