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Polícia prende dupla que aterrorizava em Sto.André
Glauco Araújo
Do Diário do Grande ABC
30/09/2003 | 20:00
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Dois dos três homens responsáveis por aterrorizar comerciantes da Vila Assunção, em Santo André, foram presos na madrugada desta terça-feira em uma ação de policiais do Serviço Reservado da PM (Polícia Militar) da cidade, que identificou e localizou um dos suspeitos em um bingo na Vila Gilda. Damião Pereira dos Santos, 27 anos, foi seguido depois de sair do estabelecimento e preso quando chegava em casa, na favela da Gamboa, dentro do parque Central, em Santo André.

Segundo a polícia, a última ação do trio aconteceu no domingo, quando eles assaltaram uma padaria no bairro. Os ladrões entraram no estabelecimento e, enquanto tentavam localizar um cofre, que não existe no local, agrediram o comerciante N.E., 75 anos, pai do dono da padaria.

N.E. foi agredido com socos no rosto e na barriga, além de chutes na virilha. Instantes antes, os três assaltantes tinham dominado o filho dele, o comerciante R.F.C., 54 anos, que se preparava para abrir o estabelecimento. A família ainda não foi fazer o reconhecimento da dupla.

Policiais militares à paisana usaram informações de uma denúncia anônima encaminhada à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e repassada ao 10º Batalhão da PM de Santo André. Santos não teve como escapar. Detido, ele acabou entregando um dos cúmplices que agia com ele em roubos a estabelecimentos comerciais na Vila Assunção.

Com apoio de outros policiais militares da Força Tática, Antonio Neurisvan Alves Soares, 24 anos, conhecido como Doda, foi preso quando também chegava em casa, perto da favela, no bairro Paraíso.

A dupla foi levada para o 1º Distrito Policial da cidade, onde foram reconhecidos por pelo menos quatro vítimas de assaltos ocorridos na Vila Assunção.

Segundo os depoimentos, os assaltantes eram audaciosos. Eles chegaram a voltar ao cenário do crime para intimidar os comerciantes, aumentando a sensação de medo e insegurança.

Depois da prisão, os policiais comprovaram uma das principais características descritas pelas vítimas: os assaltantes sempre estavam bem vestidos. Santos estava de paletó e calça social. Doda vestia roupas mais esportivas. Uma policial feminina se impressionou com a aparência dos acusados, que fogem ao estereótipo usual desse tipo de crime. “Eles são bonitos. Não diria, se os encontrasse na rua, que são ladrões.”

O delegado plantonista do 1º DP, Roberto Von Haydin Júnior, registrou o auto de reconhecimento feito pelas vítimas e entrou com pedido de prisão temporária para os dois rapazes. “O prazo do pedido de prisão é de cinco dias, prorrogáveis por outros cinco dias”, explicou.

Os policiais procuram ainda informações sobre um outro rapaz, que também participou da série de assaltos. “Ele é loiro e tem olhos verdes. Segundo os dois presos, é ele quem teria emprestado a arma para os roubos. Agora, esperamos que novas vítimas os reconheçam. Assim, poderemos resolver outros casos semelhantes na região”, disse o delegado Von Haydin Júnior.

Para uma das vítimas, a prisão dos dois assaltantes ainda não é um motivo real de tranqüilidade no bairro. “Um ainda está solto e não sabemos por quanto tempo os dois que foram presos hoje (terça-feira) ficarão detidos. Só sei de uma coisa: estou com muito medo”, disse uma comerciante, que preferiu o anonimato.




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