O Brasil fará parte de um estudo epidemiológico internacional, denominado Agatha, promovido pelo laboratório Sanofi-Synthélabo, para obter mais dados sobre a Doença Arterial Periférica (DAP). Pouco difundida, a DAP se caracteriza pela obstrução das artérias dos membros inferiores e atinge cerca de 10% da população acima de 50 anos. “Ela é um sinal de alerta para um possível ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, mais conhecido como derrame”, disse a angiologista e professora da Faculdade de Medicina da Santa Casa de Belo Horizonte, Maria Elizabeth Rennó. O risco de morte por derrame e infarto é de duas a três vezes maior em pacientes com DAP.

Em casos mais graves, a DAP pode causar comprometimento das funções motoras dos membros inferiores, gangrena e amputação do membro. O assunto é tão sério que, no último levantamento, feito em 1992 em 24 centros médicos no Brasil, 58% das pessoas portadoras foram submetidas à amputação. “Algumas vezes, o doente chega muito tarde. Isso é muito preocupante”, disse o angiologista Airton Del Duque Frankini, professor da Universidade Federal de Porto Alegre.

Durante a pesquisa, cerca de 500 brasileiros serão submetidos a exames. Segundo a angiologista, uma das primeiras manifestações dos sintomas da DAP é a chamada claudicação intermitente, sensação de dor ou fadiga temporária que piora com exercício e alivia em repouso e pode afetar panturrilhas, coxas e nádegas. Outros sintomas da DAP são pele fria, pálida, coloração arroxeada, falta de crescimento de pêlos e feridas nos tornozelos. O tratamento da DAP é feito por meio de mudança no estilo de vida, com a prática de exercícios regulares e dieta, e, quando necessário, uso de remédios e cirurgia.

A jornalista viajou a convite do laboratório Sanofi-Synthélabo