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Estado investiga escola de S.Caetano
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
15/04/2005 | 13:35
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A Diretoria de Ensino de São Caetano investiga a partir de sexta-feira denúncias de maus-tratos praticadas contra alunos da EE (Escola Estadual) Anacleto Campanella, no bairro Olímpico, em São Caetano. Nesta semana, dois pais registraram queixa no Conselho Tutelar da cidade contra a coordenadora pedagógica da instituição de ensino. Caso as denúncias sejam confirmadas, a Diretoria de Ensino pode solicitar a instauração de processo administrativo contra o diretor e a coordenadora da escola.

A Secretaria Estadual de Educação, responsável por concluir o processo administrativo, informa que o prazo para finalizar o documento é de 30 dias, a contar de sexta-feira. Os profissionais denunciados podem ser repreendidos, suspensos ou dispensados dos serviços.

A denúncia levada ao Conselho Tutelar é de que a coordenadora pedagógica da escola, Solange Oliveira Batistella, tranca os banheiros da escola, limitando o uso a horários estabelecidos por ela. “Mas ela (Solange) raramente é encontrada. Nesta semana, quando meu filho de 12 anos disse que não podia mais esperar, ela disse para que ele urinasse na calça.” O pai, que preferiu não se identificar, afirma que a criança acabou “se molhando inteira” em pleno corredor do colégio e na frente dos colegas. Por conta do constrangimento, o menino não quer mais freqüentar a escola. “Hoje (quinta-feira), o mesmo fato voltou a ocorrer.”

De acordo com o Conselho Tutelar, o procedimento da coordenadora infringe o que determina o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Nesta sexta-feira, o órgão deve notificar a coordenadora a comparecer ao órgão para prestar esclarecimentos. Quarta-feira, representantes do Conselho Tutelar teriam entrado em contato com a coordenadora. Ela teria confirmado que mantinha as chaves com ela, mas negou que as crianças tivessem dificuldade para utilizar o banheiro. O primeiro contato foi feito apenas por telefone e a coordenadora teria afirmado à conselheira tutelar que o mal entendido seria resolvido imediatamente. Como não houve resultado, o conselho afirma que vai exigir que Solange compareça pessoalmente ao órgão para relatar os fatos e explicar o ocorrido.

Constrangimento – Um dos pais que denuncia maus-tratos por parte da coordenadora conta que ela chegou ao colégio neste ano. A Secretaria Estadual da Educação não informou há quanto tempo Solange está no quadro de funcionários da escola. O pai denuncia ainda que o constrangimento sofrido por seu filho foi informado ao diretor do colégio, Joel Jader Barros Ferreira, mas que nenhuma providência foi tomada.

“Falei sobre o problema no dia em que ocorreu”, conta o pai. O menino teria sido impedido de usar o banheiro e urinado diante dos colegas na última segunda-feira. Nos dias seguintes, se recusou a voltar para a escola e o pai aproveitou o intervalo para levar a denúncia ao Conselho Tutelar. “Mas hoje (quinta-feira), quando retornou para as aulas, voltou dizendo que mais uma vez não pode utilizar os banheiros.”

De acordo com o menino, a coordenadora só libera os banheiros no horário de intervalo. “Mas, depois, ela desaparece e os alunos ficam na mesmasituação.”

Neste sábado, o Conselho Tutelar deve exigir que a utilização dos banheiros fique sob responsabilidade de algum funcionário que trabalhe no pátio da escola.



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