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Esquenta a guerra dos programas policiais da TV
Renata Petrocelli
Da TV Press
29/02/2004 | 19:37
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No fim de tarde na TV, a briga pela audiência é grande entre os chamados programas policiais. Band, Record e Rede TV! disputam, com o Brasil Urgente, o Cidade Alerta e o Repórter Cidadão, respectivamente, a atenção do telespectador e o terceiro lugar na audiência. Nos bastidores, a disputa não é menos acirrada. A mais nova mudança envolve Marcelo Rezende, que apresentava o Repórter Cidadão e estréia nesta segunda-feira à frente do Cidade Alerta. Mas a Band também promete inovações no Brasil Urgente. Depois que Marlene Mattos assumiu o cargo de diretora artística da emissora, a idéia é tirar o tom sensacionalista do programa apresentado por José Luiz Datena – que já esteve no comando do Repórter Cidadão e do Cidade Alerta. Já a Rede TV! recorreu a Gil Gomes, do pioneiro e extinto Aqui Agora, do SBT, para tapar o buraco deixado no Repórter Cidadão.

Pelo posto que Rezende assume nesta segunda-feira já passaram, além de Datena, Milton Neves, Oscar Roberto de Godoy e Lino Rossi, que continua no comando do programa aos sábados. Para o diretor de jornalismo da emissora, Luiz Gonzaga Mineiro, a chegada do jornalista representa um ganho em experiência e conteúdo. “Ele agrega a percepção de repórter, a vivência da rua, da apuração”, diz. O próprio Rezende acredita que é justamente a experiência com a reportagem o que pode oferecer de novo ao programa da Record. “A médio prazo, acho que vamos ganhar muito em reportagens com mais profundidade”.

A saída de Rezende da Rede TV! já vinha sendo planejada há cerca de seis meses. Segundo o jornalista, o que mais pesou em sua decisão foi a estrutura que a Record tem na área da Jornalismo. “Isso dá ao programa agilidade, dinamismo e credibilidade”, diz. Sem nenhuma mudança aparente, o Repórter Cidadão acabou lesado com a mudança. Nas últimas duas semanas, a audiência do programa caiu de 5 para 3 pontos. Gil Gomes, que já havia comandado o programa entre dezembro e janeiro, durante as férias de Rezende, recebeu a recomendação da direção da emissora de não conversar com a imprensa.

Na Record, Rezende acredita ser cedo para propor qualquer mudança no formato do Cidade Alerta. “Seria muita ousadia minha. Estou aqui para somar numa equipe que já é líder em seu segmento”. O jornalista não nega, no entanto, a empolgação ao abraçar uma idéia que Mineiro guardou para sua estréia à frente do programa: aumentar o investimento em temas ligados à cidadania. “Não pretendemos atender à curiosidade do público, mas ao interesse público”, esclarece o jornalista. A intenção deve se refletir em mais matérias sobre a desigualdade social, a corrupção e as falhas do poder público.

A mudança é bem parecida com a que Marlene Mattos pretende imprimir no Brasil Urgente, da Band. Ainda sem data para estrear as novidades, a diretora artística quer dividir o programa em duas partes: uma voltada à prestação de serviços e outra centrada em denúncias. Mas o tom sensacionalista deve ficar definitivamente de fora. “Queremos continuar denunciando, mas sem sensacionalismo”, define Marlene, que acredita que as transformações se refletirão positivamente no Ibope. “As pessoas querem informação correta, com qualidade e conteúdo. Não precisamos de manipulação e sensacionalismo para ter audiência”. Por enquanto, a emissora investe na formação de novas equipes e na reformulação dos cenários do programa. “Temos urgência em colocar as mudanças no ar, mas vamos fazer tudo dentro do tempo necessário”.




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