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Acusado de estupro quase é linchado em Diadema
Fabiana Chiachiri
Do Diário do Grande ABC
03/07/2003 | 21:05
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O pedreiro M.S.S., 24 anos, quase foi linchado nesta quinta por aproximadamente 30 pessoas, na Vila Conceição, em Diadema. Ele é acusado de ter agredido sexualmente M.F.O., 4 anos. O pedreiro nega.

Os moradores do bairro onde a criança mora se revoltaram com o crime, considerado hediondo, e no início da noite se aglomeravam na frente da Delegacia de Defesa da Mulher da cidade, onde o caso foi registrado, querendo fazer justiça com as próprias mãos. Mesmo depois de S. ter sido transferido para a Cadeia Pública da cidade, populares continuaram na frente da delegacia em busca de informações sobre seu paradeiro.

De acordo com o pai da criança, M.A.D.O., 35 anos, ele lavava o quintal de sua casa, enquanto sua filha brincava na calçada. “Eu o vi entrar no bar do meu pai e puxar conversa com a menina. De repente, ele saiu com minha filha e ninguém viu para onde ele a levou. Uma vizinha disse que ele tinha levado minha filha”, disse o pai da menor, que até esta quinta nunca havia visto S. pelas ruas do bairro.

O pedreiro ficou cerca de uma hora e meia com a criança em um matagal próximo a uma escola na Vila Conceição. Os vizinhos começaram a procurar e, por volta das 11h, a dona de casa S.N., 27 anos, viu quando S. abandonou a menina na rua de sua casa. “Um amigo da mãe dela (criança) estava subindo a rua e eu avisei que era aquele homem que estava com M.. O pessoal que estava na rua cercou o vagabundo e começaram a bater nele”, afirmou.

Nessa hora, o avô da criança, o comerciante G.D.O., 61, conseguiu colocar S. dentro do bar e chamar a polícia. “Eu só disse para ele não tentar fazer nada. Caso contrário, eu o mataria”, disse.

Policiais do 24º Batalhão de Diadema chegaram ao bar e prenderam S.. Ele estava muito machucado e os soldados levaram-o ao Hospital Público de Diadema para receber os primeiros-socorros. De acordo com a delegada Paula Regina Schemph, S. nega o crime e diz que apenas ajudou a criança a ir para casa, já que ela estava perdida.

“Ele não confessou o crime, mas as provas que temos já são o bastante para mandarmos para a cadeia. O médico do Instituto Médico Legal me deu um laudo provisório no qual ele constatou que houve ruptura do hímem recente e sangramento próximo aos órgãos genitais da menina. Ele não chegou a colocar o pênis na vagina da criança, mas sim o dedo. Foi colhido ainda material para constatar se houve ejaculação na menina. O laudo definitivo só sairá daqui cerca de 30 dias”, afirmou.

Uma irmã do acusado esteve na delegacia e conversou com S. enquanto estava na cela. A conversa pôde ser ouvida do lado de fora da porta e a irmã dizia que ele era louco e perguntava como ele tinha feito aquilo.

Na saída, a mãe da criança, M.F., 33 anos, falou com a irmã de S.. O pai da criança, muito nervoso, começou a gritar com a moça. “Eu não posso responder pelo meu irmão”, disse.

Segundo a delegada Paula, S. tem um Termo Circunstanciado em seu nome registrado no 3º Distrito Policial de Diadema há apenas um mês. “No dia 4 de junho ele foi preso e acusado de importunação ofensiva ao pudor”, afirmou.




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