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MP vai processar secretários de Ribeirão Pires
Deh Oliveira
Do Diário do Grande ABC
29/04/2009 | 07:34
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Andréa Iseki/DGABC


O Ministério Público de Ribeirão Pires vai processar criminalmente os secretários do Meio Ambiente, Pedro do Carmo Alves, e de Desenvolvimento Regional de Ouro Fino, Antonio Muraki, - além de todos os fiscais da Prefeitura - devido ao despejo de lixo em uma APP (Área de Preservação Permanente), na Estrada da Sondália, no bairro Ouro Fino.

A medida foi anunciada ontem pela promotora do Meio Ambiente Thelma Cavarzere, após reportagem do Diário ter flagrado, anteontem, um caminhão da Secretaria de Desenvolvimento Regional fazendo descarte de material em uma área cercada de mata nativa e próxima de uma nascente.

Na carga havia, além de restos de vegetação e terra - que são livremente lançados no local -, material cujo prazo de degradação é muito longo, como restos de construção, embalagens plásticas e de papel, cacos de telha, azulejos e até partes de um sofá e de um vaso sanitário.

O material seria resultado de operações de limpeza realizadas pela Secretaria de Desenvolvimento Regional de Ouro Fino e foi depositado em duas pequenas áreas, a aproximadamente dois quilômetros da ligação entre a Estrada da Sondália e a Rodovia Índio Tibiriçá. A promotora prometeu enviar a Polícia Ambiental ao local hoje para averiguar a prática de crime.

Reincidência - A notícia do descarte irregular em área de manancial não surpreendeu a promotora Thelma Cavarzere. Segundo ela, a administração do prefeito Clóvis Volpi (PV) é reincidente. "O que esperar de uma cidade que tem represas assoreadas, com rios poluídos, uma Prefeitura desmatadora, que forma lixão?", criticou.

Thelma Cavarzere afirmou que, devido aos problemas relacionados ao meio ambiente, a Prefeitura de Ribeirão Pires seria a que mais teria sofrido processos entre as cidades do Grande ABC. O prefeito Clóvis Volpi não foi encontrado pela reportagem ontem na Prefeitura para comentar as supostas irregularidades.

Responsabilidade - Na administração municipal ninguém assumiu a responsabilidade pela deposição do lixo. O secretário do Meio Ambiente, Pedro do Carmo Alves, disse que a autorização não partiu dele. O secretário de Desenvolvimento Regional de Ouro Fino, Antonio Muraki, admitiu que houve erro, mas também eximiu-se de culpa. "Assumi (a Pasta) há um mês e havia coisas que eu não sabia", argumentou.

Seu antecessor é o vereador Hércules Giarolla (PSC), suplente de Muraki (PTB) na Câmara que assumiu o cargo quando o atual secretário tomou posse. Giarolla não foi encontrado pela reportagem para comentar o assunto. Muraki disse que mandou suspender o descarte na área ao tomar conhecimento da irregularidade. Ele disse que buscará alternativas para o problema, já que o local mais próximo para deposição de entulho fica a 13 quilômetros de distância, o que encareceria a operação.




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