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Ribeirão Pires e Jardim Raquel entraram em estado de alerta
Samir Siviero
e Valéria Cabrera
Do Diário do Grande ABC
16/12/2003 | 22:01
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A Defesa Civil declarou nesta terça estado de alerta em Ribeirão Pires e no Jardim Raquel, em Rio Grande da Serra, onde mãe e filha morreram soterradas na noite desta segunda após um deslizamento de terra. Outros dois bairros de Rio Grande da Serra – vilas Lopes e São João – estão em estado de atenção por causa das chuvas dos últimos dias. No município, choveu 118 milímetros entre sábado e segunda-feira, mas quase a metade, 62 milímetros, foram acumulados em apenas três horas, das 18h às 20h desta segunda. Em Ribeirão, a chuva acumulada nos três dias foi de 124 milímetros.

O estado de alerta é o terceiro de uma escala de quatro estágios – observação, atenção, alerta e alerta máximo – e significa que as pessoas têm de deixar suas casas por causa do risco de deslizamento de terra.

Cinco casas foram interditadas em Ribeirão Pires. A situação mais grave é a de três residências na rua Carlos Silvério, no Parque do Governador, que correm risco de desabar. Na rua Adib Eid, na Vila Marquesa, uma casa foi inundada pela chuva da noite desta segunda. E na rua Francisco Tometich, no Jardim Valentina, uma família teve de deixar o lugar onde mora por causa da enchente.

Em Rio Grande da Serra, apenas uma casa foi interditada no Jardim Raquel. Outras duas serão acompanhadas diariamente por técnicos da Defesa Civil. O estado de alerta deve permanecer até que o acumulado em 72 horas baixe dos 100 milímetros, mas a previsão é de mais chuvas para os próximos dias.

Na manhã desta terça, técnicos da Defesa Civil, do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e do Instituto Geológico, além do prefeito de Rio Grande da Serra, Ramon Velasquez, estiveram no Jardim Raquel e em outras áreas consideradas de risco na cidade. Nem mesmo um mapa atualizado com as ocupações urbanas a cidade dispõe. Falta também um veículo com tração nas quatro rodas para chegar aos locais de difícil acesso. “Não temos verba para as obras necessárias. Precisamos de ajuda federal”, disse Velasquez.

A Defesa Civil do Estado instalou nesta terça um pluviômetro na Prefeitura. “Toda vez que o índice ultrapassar 100 milímetros acumulados em três dias, há necessidade de fazer vistorias nas áreas com risco de deslizamento”, explicou a capitã Elaine Nikouk, da Defesa Civil do Estado.

A aproximação da tragédia poderia ter sido percebida pelo moradores, segundo a capitã: “Quando perceberem barro rolando, trincas nas casas e árvores inclinadas, as pessoas devem deixar suas casas e chamar a Defesa Civil o mais rápido possível”.




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