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Homem acusa PM por omissão de socorro
Kléber Werneck
Da Sucursal do Diário em São Bernardo
03/10/2001 | 22:25
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O comerciante Misael Rocha, 30 anos, acusa policiais militares de São Bernardo de omissão de socorro ao assaltante Edimilson Ferreira Simão, 22 anos. Simão foi baleado por um homem não identificado após tentar roubar, junto com um colega, o empresário A.P.D., 62, na terça, às 15h30, na rua João Pessoa, no Centro. O assaltante morreu ao dar entrada no hospital.

Rocha passava pelo local e contou que “não sabia o que estava acontecendo”, mas tentou ajudar o rapaz caído no chão com um ferimento no rosto. Por causa disso, ele disse ter sido xingado por policiais e também agredido pelo advogado João Leopoldo Maciel, que estava próximo ao local. “Eles (policiais) me xingaram e demoraram de dez a 15 minutos para prestar socorro. Para colocá-lo na viatura, puxaram pela perna e seu rosto foi arrastado pelo chão”, disse o comerciante.

Simão e outro assaltante, identificado apenas pelo nome de Marcos, abordaram o empresário quando este deixava o prédio em que reside. Um homem que passava pelo local em um Escort vermelho, cujas placas não foram identificadas, viu o assalto e atirou contra os ladrões. Armado, Marcos revidou.

Durante a troca de tiros, o empresário foi atingido no braço e no abdome, mas não corre risco de morte. Simão recebeu um tiro perto do supercílio, que transfixou pelo maxilar. Marcos e o homem do Escort fugiram do local. Durante a fuga, o assaltante jogou em uma lata de lixo o revólver calibre 38.

Rocha passava pelo local e foi ajudar Simão. Ele tentou colocá-lo no carro para levá-lo ao hospital. Segundo seu depoimento, neste momento surgiu o advogado, acompanhado de um rapaz. Eles começaram a agredir o comerciante dizendo: ‘Você quer salvar bandido, ele tem de morrer’”.

Pouco tempo depois, a viatura prefixo 06173 da Polícia Militar chegou ao local. Rocha contou ao sargento Rogério dos Santos Carlos, oficial responsável, o que havia ocorrido. “Os policiais me disseram: ‘você está querendo salvar bandido? Deixa ele morrer’”, disse Rocha. “Acho que essa morte poderia ser evitada.”

O capitão Silvio Lúcio Reis Nogueira, comandante da 1ªCompanhia de São Bernardo, afirmou que pretende ouvir nesta quinta a versão do sargento Carlos sobre o caso. Ele informou que o policial estava de folga nesta quarta. “Primeiro, temos de saber o que aconteceu. Se for atestada alguma irregularidade, as providências serão tomadas”, disse.

O advogado nega que tenha impedido o comerciante de prestar socorro, e alegou que foi ele quem acionou o resgate. Maciel confirmou que brigou com Rocha, mas declarou que não fazia “questão que o assaltante sobrevivesse”.




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