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Adolescente aguarda 20 dias por operação de fratura exposta
Fabiana Piasentin
Do Diário OnLine
06/08/2008 | 07:24
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Um passatempo inocente acabou tornando-se um pesadelo para a família do adolescente Gabriel Cândido, 16 anos, de São Caetano. No dia 16 de julho, o jovem teve uma fratura exposta no braço após cair em uma partida de futebol e teve de aguardar 20 dias por uma cirurgia no sistema municipal de saúde da cidade.

A irmã do paciente, Bruna Cândido, 20 anos, conta que Gabriel foi socorrido no último dia 16 no Pronto Socorro Municipal de São Caetano, onde fez raio-x, foi medicado e ficou internado até o dia seguinte. De acordo com Bruna, os exames identificaram um problema de coagulação no sangue do adolescente, que recebeu três injeções de vitamina K — a ausência desse tipo de vitamina é a causa mais comum para a dificuldade de coagulação.

Gabriel retornou ao PS de São Caetano no dia 21 de julho e foi submetido a novos exames, que voltaram a constatar problemas de coagulação. "Ele foi encaminhado para o hematologista. No entanto, falaram que a consulta demoraria de dois a três meses e meu irmão estava com dor", conta Bruna.

Mesmo sem a avaliação de um especialista, Gabriel foi transferido para o Hospital Central de Guaianases. "Por que lá, que é longe da nossa residência? Não tínhamos condição de acompanhar o tratamento do meu irmão porque não tínhamos dinheiro para a condução", afirma. Gabriel permaneceu três dias internado, porém não pode fazer a cirurgia pois ainda não tinha sido analisado por um hematologista. "O hospital informou que o PS de São Caetano não realizou os procedimentos pré-cirúrgicos corretos", completa Bruna.

De acordo com o diretor técnico do Hospital Central de Guaianases, Antoniel Guerra, Gabriel chegou ao local com diagnóstico de fratura no antebraço e distúrbio de coagulação. No último dia 28, o médico cirurgião José Henrique Paiva pediu ao paciente para voltar ao PS de São Caetano para receber acompanhamento e avaliação do hematologista, já que o hospital não conta com essa especialidade.

A Prefeitura de São Caetano explicou, por meio de sua assessoria, que o Hospital Central de Guaianases, referência em atendimento de ortopedia, foi o que mais rapidamente pôde aceitar o caso de Gabriel. O município também negou negligência no encaminhamento do paciente ao local. "Como é de praxe, os exames pré-operatórios foram realizados no Hospital de Emergência a fim de que o paciente pudesse ser submetido ao tratamento cirúrgico", afirma o comunicado.

De acordo com a Prefeitura, após a detecção da dificuldade de coagulação do paciente, foi realizado um teste terapêutico que prevê o uso por três dias consecutivos de vitamina K intra-muscular e um novo exame ao final deste período. "Tal procedimento foi rápido e corretamente adotado, porém ao final dos três dias a alteração se mantinha. O paciente foi então encaminhado para o Hospital de Guaianases para uma avaliação, sendo solicitada a liberação por parte de um hematologista para realização do procedimento."

A longa espera pela cirurgia começou a ficar próxima do fim no último dia 30, quando Gabriel foi finalmente avaliado pelo hematologista. O especialista liberou o paciente para a cirurgia, porém ele teve de tomar outras três doses de vitamina K, já que as injeções anteriores perderam o efeito em função da demora para a realização da operação.

De acordo com o Bruna, Gabriel foi operado na manhã desta terça-feira no Hospital Municipal Maria Braido, 20 dias após ter fraturado o braço.




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