O balanço policial do Carnaval no Grande ABC apontou 18 pessoas assassinadas nos quatro dias do feriado, de acordo com informações das delegacias da região. O número representa aumento de 155,68% sobre a média diária de homicídios registrada no Grande ABC durante 2004. Ou seja, houve um aumento significativo de crimes dessa modalidade no período do Carnaval. A média diária em 2004 foi de 1,76, ante 4,5 neste feriado.

A cidade onde houve mais homicídios foi Mauá (6), seguida por Santo André (5) e São Bernardo (4). Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra registraram um assassinatocada. Não foi registrado nenhum caso desse tipo em São Caetano. A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que só vai divulgar nesta quinta-feira os números oficiais deste ano.

Apesar do crescimento do número de assassinatos durante o feriado, os delegados seccionais da região informaram que a média do período foi mantida, sem grandes oscilações. “Infelizmente, não posso falar sobre os números absolutos, mas garanto que os homicídios ficaram praticamente na mesma média nesses dois anos. Acho que não existiu relação entre o feriado e as motivações da maioria dos assassinatos. Seriam cometidos independentemente da data”, acredita o delegado seccional de Santo André, Luiz Alberto de Souza Ferreira, responsável também por Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

A opinião de Ferreira é compartilhada por seu colega da seccional de São Bernardo, Marco Antônio de Paula Santos, que também responde por São Caetano. “Os homicídios na cidade ocorreram não porque era Carnaval, mas sim por outras circunstâncias que determinaram que as vítimas estivessem no local e na hora errados”, diz.

“Aqui em Diadema mantivemos a média do ano passado: apenas uma morte. O ideal é que não houvesse nenhuma, mas é um número pequeno em termos estatísticos. A relação entre assassinatos e Carnaval é muito dúbia, não dá para afirmar que os dois fatores andam juntos”, afirma o delegado seccional da cidade, Sérgio Abdala.

Entre os assassinatos cometidos neste Carnaval, destacou-se o duplo homicídio, na segunda-feira à noite, de um casal que estava em uma EcoSport na avenida Nova Iorque, em Utinga, Santo André. O ex-presidiário José Lopes da Silva, 48 anos, levou cinco tiros no rosto, e Dolores Regina Félix de Souza, 34, três. Foram mortos por um ocupante de um Palio verde, que utilizou uma pistola calibre 7,65 mm no crime. De acordo com investigações do 2º DP de Santo André, o duplo homicídio foi o chamado caso de acerto de contas. Silva saiu da Cadeia Pública de Santo André em 12 de dezembro de 2004, onde cumpriu pena por tráfico de drogas.